Baldes apanham água que entra pelo tecto na Igreja de Santo António, em Lisboa

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Miguel Madeira

Infiltrações, humidade e baldes colocados para apanhar água é o cenário que se encontra na residência dos frades e na Igreja de Santo António, em Lisboa, que “necessita urgentemente” de obras, segundo a congregação religiosa ali instalada.

A análise do estado da igreja foi nesta quarta-feira objecto de uma reunião entre uma equipa da câmara e os responsáveis pelo templo.

“Há mais de 15 anos que a Câmara de Lisboa [proprietária da igreja] não faz intervenções aqui. E a igreja precisa de uma intervenção de fundo”, disse frei Francisco Sales Diniz à agência Lusa, apontando para as janelas da cúpula, “que estão podres”.

Quando chove, a situação agrava-se, porque entra água nas instalações, principalmente na residência dos religiosos, o que obriga à colocação de baldes e alguidares para apanhar a água.

Na residência são visíveis os tectos estragados, as infiltrações e janelas de madeira apodrecida.

Os responsáveis pela igreja já fizeram várias exposições da situação à Câmara de Lisboa, que, dizem, até hoje nada fez, “a não ser enviar arquitectos para avaliarem os danos”.

“Falámos com João Soares, Jorge Sampaio, Carmona Rodrigues, Santana Lopes e, agora, com António Costa”, disse o frade, membro da congregação franciscana que ali reside.

Francisco Sales Diniz lamentou que a igreja do santo padroeiro da cidade esteja naquele estado.

“Todos os dias passam por aqui milhares de pessoas. A maioria dos turistas religiosos passa por aqui, por causa do Santo António, e não pela Sé ou pelos Jerónimos”, afirmou.

Segundo Sales Diniz, em 2013 participaram na missa naquela igreja 250 mil pessoas, de 64 países, que viajaram em grupos organizados.

Além desses, há milhares de outros turistas que visitam sozinhos a igreja.

Contactada pela Lusa, fonte da Câmara de Lisboa disse que esta quarta-feira foi feita uma "vistoria final das patologias existentes no imóvel, tendo em vista a preparação da empreitada destinada a uma intervenção na cobertura e na fachada, que será necessariamente submetida à consideração da Direção-Geral do Património e Cultura, pois trata-se de um imóvel classificado como 'monumento nacional'”.

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