Câmara de Viana pede intervenção urgente nas dunas de Castelo de Neiva

Autarquia diz que estão em rico habitações e o cordão dunar a norte do estuário do rio Neiva, que está a romper e que irá destruir toda a zona da veiga agrícola com vários hectares de extensão.

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A Câmara de Viana do Castelo e a Junta de Freguesia de Castelo de Neiva acabam de solicitar à Agência Portuguesa de Ambiente (APA) e à sociedade Polis Litoral Norte uma intervenção urgente de consolidação do cordão dunar a sul do portinho da Pedra Alta. Em nota enviada à imprensa o Município adianta que os consecutivos temporais registados na região desde Dezembro de 2013 “tem vindo a fragilizar” o cordão dunar, a sul do portinho de Pedra Alta, que se que se encontra “em vias de colapso”.

Segundo a autarquia “neste momento estão risco as habitações do loteamento da Pedra Alta bem como o cordão dunar a norte do estuário do Neiva, que está a romper e que irá destruir toda a zona da veiga agrícola com vários hectares de extensão”.

Nesse sentido a autarquia liderada pelo socialista José Maria Costa pretende que a situação de Castelo de Neiva “ seja integrada no âmbito das intervenções de emergência que estão a ser preparadas a nível nacional para atenuar o impacto da erosão costeira ocorrida neste inverno”.

A semana passada, no concelho vizinho de Caminha, após uma visita aos danos causados pela forte agitação marítima na duna dos Caldeirões, em Vila Praia de Âncora, o Ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, Jorge Moreira da Silva, anunciou a disponibilização de 17 milhões de euros para obras urgentes em 29 concelhos do país afetados pelo mau tempo deste ano. Uma verba que será desbloqueada através de uma nova linha de financiamento comunitário ao abrigo do Programa Operacional de Valorização do Território (POVT). O concurso, anunciado Jorge Moreira da Silva, resulta da reprogramação entretanto realizada do POVT. De acordo com o governante, o ministério que tutela identificou a necessidade de "ações urgentes de proteção de pessoas e bens" no litoral afetado pelo mau tempo das últimas semanas no valor de 28 milhões de euros, dos quais 11 milhões de euros já tinham cabimentação anterior.

A autarquia diz que a intervenção estava prevista no Plano Estratégico do Polis Litoral Norte que, nos seus objetivos, se propunha a valorizar e requalificar o cordão dunar, a efetuar a reposição dos revestimentos dunares, a instalação de proteções dunares, bem como a consolidação dos esporões.

Nesta segunda-feira a agitação marítima está também a ameaçar um bar de praia em Moledo, Caminha, obrigando a uma intervenção de emergência face à forte ondulação esperada para esta tarde.

Segundo o capitão do porto de Caminha, Gonzalez dos Paços, as últimas marés já “limparam” a areia que estava “de volta dos pilares” de um bar na praia de Moledo.

“Vai ser realizada uma intervenção, pela Câmara, para tentar suster o avanço das águas, tendo em conta o período crítico da ondulação previsto para esta tarde”, explicou.

A praia-mar das 16:39 conjugada com a forte agitação marítima faz prever para aquela zona, indicou Gonzalez dos Paços, ondas de mais de sete metros.

O bar em causa serve como apoio de praia e só funciona no período de verão, tendo a situação sofrido um agravamento nas últimas horas, nomeadamente na praia-mar da madrugada desta segunda-feira, que aconteceu pelas 04:19.

“Estamos a recomendar às pessoas que evitem a exposição ao perigo, respeitando a sinalização e evitando passeios junto à orla costeira. Vamos promover patrulhas durante o período crítico e se detectarmos pessoas e bens em perigo vamos intervir, em conjunto com a proteção civil municipal”, disse ainda o capitão do porto de Caminha.

Além de Moledo, a Polícia Marítima de Caminha vedou nas últimas horas o acesso ao que resta da duna dos Caldeirões, em Vila Praia de Âncora, que voltou a sofrer com a intempérie.

 

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