Um grupo de quatro homens assaltou esta segunda-feira a caixa de multibanco de uma farmácia que estava a ser carregada com dinheiro em Gondar, Guimarães. Os assaltantes, que estavam armados, terão conseguido levar 60 mil euros, confirmou ao PÚBLICO uma fonte policial.

Tudo ocorreu pelas 9h30 quando um dos funcionários da carrinha da Prosegur já se encontrava no interior da Farmácia Gondar na rua da Urbanização do Calvário. O ATM está embutido na parede exterior do estabelecimento, mas o cofre está no seu interior. Durante o carregamento, os dois homens encapuzados e armados com uma caçadeira e uma pistola entraram e exigiram todo o dinheiro do ATM. O PÚBLICO tentou, sem sucesso, falar com a Prosegur.

“Foi tudo muito rápido. Aconteceu em dois minutos. Eles apontaram as armas ao meu colega que estava junto ao balcão e ao funcionário da carrinha de valores. Levaram tudo e saíram. Não houve violência”, disse ao PÚBLICO Liliana Ribeiro, farmacêutica daquele estabelecimento. Segundo a funcionária, não se encontravam clientes na farmácia.

“Curiosamente foram directos ao cofre da caixa de multibanco. Nem quiseram saber do dinheiro da farmácia. Eu estava atrás na farmácia. Ainda vi o capuz de um deles quando ele se abaixou para pegar no dinheiro.”, acrescentou Liliana Ribeiro.

Assaltantes entraram quando não havia clientes
O grupo já estaria a seguir a carrinha de valores blindada há algum tempo, apontou fonte policial. E, neste sentido, aproveitaram a sua paragem naquele local, para consumar o plano de assalto.

Aliás, os suspeitos escolheram o momento em que apenas estavam funcionários na farmácia, sublinhou ainda a mesma fonte. A polícia já obteve as imagens de videovigilância para além de ter realizado outras perícias no local. Vários moradores presenciaram a fuga dos assaltantes pelo que os investigadores recolheram os depoimentos de alguns deles e dos funcionários da farmácia, assim como dos seguranças da Prosegur.

O segurança e o funcionário da farmácia não ofereceram qualquer resistência, não se tendo verificado violência no local. Aliás, o segundo segurança, que normalmente fica no interior blindado da carrinha de valores enquanto o colega transporta o dinheiro, nem se terá apercebido que o assalto estava a decorrer, adiantou a mesma fonte ao PÚBLICO.

Os assaltantes escaparam depois numa carrinha. Apenas dois elementos visaram o estabelecimento, enquanto os outros dois ficaram à espera no veículo de fuga. No local, esteve a GNR num primeiro momento. A investigação passou, entretanto, para a Polícia Judiciária (PJ), uma vez que os crimes cometidos com arma de fogo são da sua exclusiva competência.

Neste caso, apesar de o crime ter ocorrido na jurisdição da Judiciária de Braga, a cujo distrito pertence Guimarães, é uma equipa da PJ do Porto que está encarregue do caso. Em causa está o facto de a Directoria do Norte da Polícia Judiciária ter uma equipa especifica que concentra a investigação, na sua zona de abrangência geográfica, de todos os assaltos a bancos e caixas de multibanco, explicou ao PÚBLICO fonte da PJ.

Fonte policial adiantou ainda que os quatros suspeitos continuam a monte e que não há ainda quaisquer dados que permitam, para já, identificar os assaltantes que agiram de cara tapa. Naquela zona não há também registo de crimes do género há muito tempo. A PJ terá igualmente obtido as imagens de videovigilância de outros estabelecimentos próximos da farmácia no sentido de conseguir mais pormenores que possam levar à identificação dos suspeitos.

Caixa de multibanco é a única da freguesia
“Foi a primeira vez que isto sucedeu. Esta farmácia também tem vários anos e não há memória de que alguma vez tenha sido assaltada”, disse ainda a farmacêutica Liliana Ribeiro dando conta de que a caixa ATM está ali instalada há quase cinco anos.

“Não sei se o proprietário a vai agora manter ou não. Isso é algo que terá de ser pensado com tempo, mas é um bem muito importante porque é a única caixa ATM nesta freguesia. É um bem que serve a população e traz clientes, claro”, acrescentou ainda a funcionária.