Armazém que ardeu no Cacém era depósito de lixo e sucata

Bombeiros tiveram dificuldades para chegar junto ao armazém, porque o espaço não tinha as devidas condições de segurança.

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No local estiveram 30 bombeiros voluntários Ana Banha/Arquivo

O armazém que ardeu durante a madrugada desta quinta-feira no Alto da Bela Vista, no Cacém, Sintra, servia para guardar material que se presume destinado a reciclagem, mas sem as devidas condições de segurança, admitiu fonte dos bombeiros.

"Tivemos dificuldade para chegar junto ao armazém, mas o maior risco ficou a dever-se a todo o lixo que ali se encontrava, desde cartão, colchões, móveis, electrodomésticos e botijas de gás", explicou à Lusa o comandante dos Bombeiros Voluntários de Agualva-Cacém, Luís Pimentel.

O fogo deflagrou cerca da 1h10 e só foi extinto pelas 6h30, num armazém pegado a outros dois devolutos, mas a principal preocupação dos bombeiros centrou-se em evitar a propagação das chamas a edifícios contíguos, nomeadamente um armazém de produtos alimentares "cash & carry”.

Quando chegaram ao local, os bombeiros foram barrados por restos de postes de electricidade em betão a vedar a estrada, o que os obrigou ao esforço acrescido de estender as mangueiras até junto do armazém para combater as chamas, acrescentou Luís Pimentel.

Os restos dos postes em betão foram afastados com recurso a uma máquina da Protecção Civil municipal de Sintra.

O combate ao sinistro teve em conta o perigo de derrocada da estrutura do armazém e a ameaça do rebentamento das duas dezenas de botijas de gás que ali estavam depositadas. No total foram "retiradas 21 botijas de gás, umas grandes e outras pequenas", adiantou o comandante dos bombeiros, explicando que os materiais armazenados se destinariam a ser encaminhados para posterior reciclagem.

Após a extinção das chamas, os bombeiros procederam também à retirada de "entulho de dentro do armazém", enquanto procediam "ao rescaldo em simultâneo" para garantir a segurança e evitar reacendimentos, disse Luís Pimentel.

Nas operações participaram 30 voluntários, apoiados por 12 viaturas, das corporações de Agualva-Cacém, Queluz e Barcarena.

Uma fonte do comando distrital de Lisboa da PSP confirmou à Lusa que do sinistro "não resultou qualquer prejuízo humano, devido à distância do armazém à área habitacional". A mesma fonte policial acrescentou que o proprietário do armazém, da zona da Batalha, já tinha apresentado queixa na PSP da intrusão de desconhecidos no interior do edifício.

As autoridades identificaram, a 8 de Setembro, dois indivíduos no interior do armazém, mas a PSP não possui para já qualquer elemento que os relacione com o sinistro.

Fonte oficial da Câmara de Sintra comentou que, por se tratar de uma propriedade privada, a utilização do espaço para recolha de materiais e sucata não depende de fiscalização camarária, mas que a questão está a ser acompanhada pela Polícia Municipal.

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