Área Metropolitana do Porto critica “desinvestimento” em infra-estruturas do Norte

Autarcas da região reclamam ampliação do Aeroporto Francisco Sá Carneiro e modernização da Linha do Vouga.

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A ampliação do aeroporto do Norte é consensual entre os 17 autarcas da área metropolitana Nelson Garrido

Os autarcas da Área Metropolitana do Porto (AMP) criticaram nesta sexta-feira o “desinvestimento” no aeroporto Sá Carneiro e a “desqualificação” da Linha do Vouga, prometendo participar na consulta pública do documento sobre as infra-estruturas de elevado valor acrescentado.

Em reunião do Conselho Metropolitano do Porto (CmP), o presidente da Câmara de Espinho, Pinto Moreira apontou como positivas neste relatório, que define um total de 30 projectos prioritários até 2020, a modernização da Linha do Norte e a ampliação do porto de Leixões, mas criticou o “desinvestimento” no aeroporto Sá Carneiro e “a desqualificação da Linha do Vouga”.

A questão da Linha do Vouga já tinha sido objecto de apreciação pela antiga Junta Metropolitana do Porto, que em Março de 2012 apresentou um estudo do custo-benefício da ligação ferroviária no troço Oliveira de Azeméis-Espinho-Porto. Os autarcas dos municípios a sul de Gaia reclamam uma ligação da Linha do Vouga à Linha do Norte.

O autarca de São João da Madeira, Ricardo Figueiredo, destacou a importância da “requalificação da Linha do Vouga para a coesão da AMP”, considerando que os seis milhões que o relatório indica estarem destinados à linha “não cumprem minimamente o objectivo”.

O presidente do CmP, Hermínio Loureiro, anunciou que, no âmbito de uma reunião com o secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, que decorreu no Porto no início da semana, ficou definido que a AMP, accionista da Metro do Porto, “vai ter um representante na equipa que vai preparar todos os processos” em curso, no âmbito das políticas de mobilidade. Em causa está o Plano Estratégico de Transportes, que prevê a fusão das empresas Metro e Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP), bem como “a operação de transportes na Área Metropolitana do Porto”, que inclui a CP e operadores privados.

O presidente da Câmara de Santo Tirso e vice-presidente do CmP, Joaquim Couto, afirmou que esta é “porventura a questão mais nuclear e aquela que pode gerar mais consensos” entre os 17 autarcas da AMP, desejando que o CmP “tivesse no relacionamento com o Governo uma posição muito clara, para se evitar a dispersão e o aparecimento de grupos mais ou menos organizados”.

Programa de Emergência Social prolongado

O CmP aprovou a continuidade do Programa Metropolitano de Emergência Social (PMES) até Abril, com uma verba de 250 mil euros. Esta continuidade do PMES obrigou os autarcas a aprovarem a primeira alteração ao Orçamento da AMP.

A proposta de continuidade do PMES foi apresentada em Dezembro pelo presidente da Câmara de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, que defendeu não fazer sentido que a 1 de Janeiro a verba destinada a apoiar famílias com problemas financeiros passasse a zero. Os 250 mil euros agora destinados ao PMES saem das receitas da AMP, provenientes da verba do Orçamento do Estado e das quotas dos municípios, entregues em duodécimos

Criado em julho pela antiga Junta Metropolitana do Porto, então liderada pelo autarca do Porto Rui Rio, o PMES disponibilizou uma verba de dois milhões de euros a 16 municípios, até ao fim de 2013.

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