Algarve produz 70 marcas de vinho e quer provar a sua qualidade

A Região de Turismo do Algarve lançou um passaporte que dá acesso, gratuito, a sete adegas.

O guia Michelin assinala no Algarve alguns dos mais destacados restaurantes portugueses, mas, quando se fala de vinho, a tendência é para virar a página. “As coisas mudaram”, garante o presidente da Região de Turismo do Algarve e antigo presidente da Câmara de Albufeira, Desidério Silva.

Para ilustrar a mudança de que fala, Desidério Silva diz que a partir de agora há um passaporte que dá direito, sem qualquer pagamento, a visitar sete adegas da região, viajando pelos caminhos que conduzem à descoberta de cheiros e sabores ainda pouco conhecidos. É que o Algarve, recorda, não sendo propriamente conhecido pelo cultivo da vinha, já produz e comercializa 70 marcas de vinho.

A quadra da Páscoa, por ser a altura em que o Algarve costuma fazer a rentrée da época balnear, serviu de pretexto para mostrar, com o lançamento desta iniciativa, que não é só o cantor britânico Cliff Richard que produz vinho na Guia, Albufeira.

“Não temos grande quantidade, mas a qualidade impôs-se, com medalhas atribuídas em eventos do sector no país e no estrangeiro”, enfatiza o presidente da Região de Turismo, a entidade que apoiou financeiramente o projecto de criar e promover o passaporte que também fornece indicações sobre a forma de chegar e conhecer as sete adegas a que dá acesso. As unidades contempladas estão inseridas em quatro roteiros turísticos que receberam as designações de Gil Eanes, Arade, Mourisco e Falésias.

No ano passado, o Algarve produziu cerca um milhão de litros de vinho, uma quantidade insignificante quando comparada com outras regiões com créditos firmados neste sector. Mas o que mais dificulta a promoção, reconhece Desidério Silva, é a diversidade de marcas. Ao todo, estão licenciadas 24 adegas na região e as marcas de vinho disponíveis são 70.

Na rota dos vinhos do Algarve, apresentada esta quarta-feira no aeroporto de Faro, figuram apenas sete adegas. “É um primeiro passo”, diz o presidente da Região de Turismo, sublinhando que “o projecto de mostrar que o Algarve também tem vinho, e de boa qualidade, vem de há décadas, mas a falta de cultura associativa não tem permitido potenciar este produto”.

O passaporte, disponível no website da rota dos vinhos do Algarve, também pode ser adquirido em qualquer posto de turismo e nas recepções dos hotéis. As adegas referenciadas como tendo a porta aberta ao visitante estão associadas a restaurantes e aos alojamentos locais existentes na zona em que se inserem, por forma a que o passeio seja completo. 

“Não temos só mar e praia”, sublinha o responsável pelo turismo na região, lembrando que há uma nova geração de agricultores, alguns estrangeiros, que descobriu que o Algarve também é terra de vinho.     

 

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