Águas do Porto corta fornecimento em 26 casas do Bairro do Lagarteiro

Câmara do Porto garante que água será reposta se os visados aceitarem fazer um plano de pagamento.

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Autarquia garante que o abastecimento será reposto caso os moradores paguem Nelson Garrido

A empresa municipal Águas do Porto procedeu ao corte de fornecimento de água em 26 habitações do Bairro do Lagarteiro, na manhã desta segunda-feira. Fonte da autarquia garante que a água será reposta, desde que os afectados aceitem subscrever um plano de pagamento e recusa qualquer comparação com os cortes de luz feitos pela EDP, em dezenas de habitações dos bairros municipais, em Novembro do ano passado.

Teresa não estava em casa, quando os técnicos da Águas do Porto, acompanhados por elementos da Polícia Municipal entraram no edifício onde mora, no bloco 7, e cortaram a água de uma habitação vizinha. “Eu não tive problema, porque fiz um plano de pagamento há dois meses, mas também lhe digo que não sei se vou poder pagar. Entre a dívida, muito grande, e a conta normal do mês, são quase 60 euros. Não tenho possibilidade de aguentar isto”, diz, enquanto à sua volta, os trabalhadores camarários terminam a tarefa e seguem para outro prédio.

Ao final da manhã, a operação decorria num ambiente sossegado e sem grande aparato. Fonte do gabinete de comunicação da Câmara do Porto garantiu ao PÚBLICO que foram realizados “26 cortes”, dos quais 18 se referiam a novos casos de dívida, enquanto os restantes oito eram casos de pessoas que tinham feito um plano de pagamento, mas que tinham entrado em incumprimento “há pelo menos dois meses”.

A mesma fonte garantiu que a situação poderia ser resolvida no próprio dia, com facilidade. “Para voltarem a ter água, as pessoas só têm de se dirigir à Águas do Porto e estabelecer um plano de pagamento, mesmo aquelas que já o tinham feito e não cumpriram. Esta é também a razão por que os cortes não são feitos à sexta-feira, mas à segunda. Assim as pessoas não se arriscam a passar um fim-de-semana inteiro sem água”, disse.

Em Novembro de 2013, o Bairro do Lagarteiro foi um dos mais afectados pelas dezenas de cortes de electricidade impostas pela empresa. Na altura, o presidente da autarquia, Rui Moreira, insurgiu-se contra a operação, garantindo que a câmara não fora informada e apelando à necessidade de existir alguma “sensibilidade social”. Agora, fonte da assessoria de imprensa do autarca garante que não há qualquer comparação entre os dois casos. “Não há qualquer paralelo. Neste caso estamos a falar de números muitíssimo baixos, só há 3% de clientes em incumprimento em toda a cidade. E estas operações são sempre feitas em coordenação com a [empresa municipal] Domus Social. Há sempre um aviso das Águas do Porto”. 

A Câmara do Porto indicou, entretanto, que ao final do dia 16 ligações já tinham sido restabelecidas. Situações que decorreram do facto de os inquilinos se terem dirigido à Águas do Porto para pagar o montante em dívida ou para fazer planos de pagamento.
 
Actualiza a notícia com o número de ligações restabelecidas.

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