Água consumida em Lisboa diminuiu em dez anos

Uso eficiente e redução de habitantes na capital explicam menos consumo.

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Pedro Cunha

O consumo de água em Lisboa tem diminuído desde 2004 devido à “maior sensibilização” para o uso eficiente e, também, pela existência de um menor número de residentes, segundo o documento Matriz da Água 2014, que será apresentado esta sexta-feira.

Entre as conclusões do documento sobre o desempenho do concelho de Lisboa em relação à água, destacam-se os resultados positivos da “sensibilização de operadores e consumidores”, a par da constatação de que o volume [de água] “realmente perdido teve uma redução muito significativa” graças a um sistema implementado pela Empresa Portuguesa das Águas Livres (EPAL).

“Assim, o volume de água realmente perdido teve uma redução de cerca 75%, passando de 19,5 [de metros cúbicos] em 2004 para 5,2 milhões de m3 em 2014”, lê-se na informação da autarquia a que a agência Lusa teve acesso e que o vereador da Estrutura Verde e Energia da Câmara Municipal de Lisboa, José Sá Fernandes, vai apresentar na sexta-feira.

A Matriz da Água 2014 inclui o desempenho do concelho da capital, pelo que o documento é considerado uma ferramenta que pode ser utilizada para uma boa gestão e a partir da qual podem ser estabelecidas “estratégias de intervenção e prioridades de actuação”.

Da análise dos dados conclui-se, também, que a “capitação doméstica sofreu uma redução” e que o consumo pela Câmara Municipal de Lisboa baixou, nomeadamente com investimentos na poupança em espaços verdes, que incluiu a modernização de sistemas de rega no Parque Eduardo VII e jardim do Campo Grande.

Acerca de águas residuais, a “quase totalidade da água é tratada antes de ser descarregada no meio ambiente, sendo a (…) não interceptada muito reduzida”.

“Existe também uma percentagem da água tratada que é reutilizada para outros fins, em vez de ser descarregada no Tejo”, lê-se.

O volume de águas residuais tratadas em Lisboa no ano passado foi cerca de 93,4 milhões de m3, sendo 71,0 milhões de m3 produzidas no concelho de Lisboa e 22,4 milhões de m3 provenientes de outros concelhos.

As principais unidades de tratamento são a Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Alcântara (a tratar cerca de 64,7% do total) a ETAR de Beirolas (18,6%) e a ETAR de Chelas, que trata cerca de 16,7% das águas residuais que são produzidas apenas em Lisboa.

Os dados indicam, ainda, que de toda a água residual tratada 1,95% é reutilizada pela SIMTEJO em serviços internos e é também fornecida a alguns municípios (Lisboa, Loures e Mafra) para usos em zonas restritas, que contemplam a climatização de espaços comerciais, limpeza de ruas e regas de jardins e espaços de lazer.

Na apresentação do documento, o vereador irá revelar metas e objectivos para os próximos anos.

Em 2004 foi publicada a 1.ª Matriz da Água para a cidade de Lisboa, a qual apresentava o balanço de todas as entradas e saídas de água no concelho nesse ano.

A edição de 2014 foi promovida pela Lisboa E-Nova – Agência Municipal e Energia-Ambiente de Lisboa, com a colaboração da Câmara Municipal de Lisboa, Empresa Portuguesa das Águas Livres (EPAL) e SIMTEJO - Saneamento Integrado dos Municípios do Tejo e Trancão.

 

 

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