Administração do porto de Sines prevê uma taxa de 20% de crescimento para este ano

Os portos do Algarve-Faro e Portimão continuam a navegar na incerteza. Só o de Portimão pode vir a precisar de um investimento superior a dez milhões de euros.

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O maior projecto para Sines é a construção do novo terminal de contentores Vasco da Gama Miguel Manso

No último ano, os portos do Algarve, Portimão e Faro, beneficiaram de um investimento de 3,7 milhões de euros mas ainda estão muito longe de atingir as condições para se tornarem polos dinamizadores da economia regional. Quem soma e segue nesta área é o porto de Sines. O presidente da Administração dos Portos de Sines e do Algarve (APS), João Franco, prevê que a taxa de crescimento para este ano atinja os 20%. “Encontra-se entre os quatro maiores da Península Ibérica, os 20 maiores da Europa e no topo 100 a nível mundial, com claramente preocupações ambientais”, enfatizou. Em relação ao Algarve, a empresa encomendou um estudo para avaliar as condições de Portimão para se posicionar no mercado internacional do turismo de cruzeiros. Vão ser feitas dragagens? A questão, tão propalada, continua adiada.

O presidente da APS, João Franco, defendeu ontem, em Faro, a necessidade de “estudar primeiro” as condições portuárias, antes de proceder aos investimentos. Os dez milhões em obras, anunciadas há cerca de dois anos pelo ministro da economia, Pires de Lima, admitiu, poderão ficar muito aquém do necessário. O investimento, adiantou, pode vir a ser de “muitos mais milhões do que esses [dez milhões], e é isso que está em equação neste momento”. Vão ou não serem feitas as tão reclamadas dragagens? A pergunta só deverá ter resposta, disse, “depois de concluído o estudo, encomendado a uma empresa da especialidade”, o que deverá acontecer durante o próximo mês. No âmbito desse trabalho, já foram efectuados, em laboratório, simulacros sobre que tipo de navio pode chegar a Portimão. Falta o parecer dos pilotos.

O porto de Faro não tem, até agora, despertado o interesse dos agentes económicos para o turismo de cruzeiros. A actividade desta infra-estrutura está vocacionada para a exportação, essencialmente relacionada com a produção de cimento e o triturado de alfarroba. A possibilidade de virem a ser retomados os cruzeiros do Algarve com Marrocos foi admitida,, há algum tempo, mas permanece num impasse. “Teve resposta imediata da parte da APS, mas da parte marroquina não houve até agora nenhum desenvolvimento”, disse. O que estava previsto é que esse negócio fosse reatado por uma empresa marroquina. Sobre os investimentos na melhoria da infra-estrutura portuária, disse: “a APS tem de ter a solidez financeira para fazer os investimentos, mas não estamos neste negócio para ganhar dinheiro”. O objectivo, acrescentou, é ajudar a economia a “desenvolver-se e a criar postos de trabalho”.

O porto de Faro, embora de pequena dimensão, é visto pela APS como “estrategicamente importante” numa região que depende essencialmente do turismo. Porém, a actividade deste porto,- durante vários anos quase abandonado, -tem sido a exportação. Com o declínio da construção civil, a cimenteira Cimpor, ao redireccionar a actividade para a exportação, tem sido o principal cliente. A taxa de crescimento prevista para este ano é de 10%, chegando às 450 mil toneladas. Com as obras verificadas nos últimos doze meses, o porto aumentou as condições de segurança e capacidade comercial.

 

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