A filha agarrou-se ao pai, mas ainda três tiros soaram

Homem sujeito a pulseira electrónica dispara contra quatro familiares e mata dois em São João da Pesqueira.

Fotogaleria
Valongo dos Azeites, freguesia onde ocorreu o crime e onde mora Maria Angelina, a ex-mulher do suspeito Paulo Pimenta
Fotogaleria
Paulo Pimenta
Fotogaleria
Paulo Pimenta
Fotogaleria
Local onde as mulheres foram baleadas Paulo Pimenta
Fotogaleria
Paulo Pimenta
Fotogaleria
Paulo Pego, residente na casa ao lado do local do crime Paulo Pimenta
Fotogaleria
Paulo Pimenta
Fotogaleria
Paulo Pimenta
Fotogaleria
Trevões, aldeia onde mora o suspeito, Manuel Baltazar Paulo Pimenta
Fotogaleria
Paulo Pimenta
Fotogaleria
Paulo Pimenta
Fotogaleria
Filomena Baltazar, cunhada do suspeito Paulo Pimenta
Fotogaleria
Casa de Manuel Baltazar Paulo Pimenta
Fotogaleria
Militares da GNR envolvidos na operação de buscas Paulo Pimenta
Fotogaleria
Paulo Pimenta
Fotogaleria
Paulo Pimenta

O alerta foi dado por volta das 16h por operários que trabalhavam em obras numa casa ali perto. Uma vizinha ouviu os tiros e começou a gritar. A filha agarrou-se ao pai implorando: “Pai, tu nunca nos farias mal.” Mais três tiros soaram. Crianças que brincavam lá perto fugiram. O pânico na aldeia instalou-se. “Agora temos medo do que ele nos possa fazer a nós”, explica Maria do Céu, amiga das vítimas.

O ambiente sereno e esplendoroso com que o Douro se apresentava na tarde de quinta-feira não fazia adivinhar a tragédia ocorrida a 12 quilómetros de São João da Pesqueira. Entre curvas, contra-curvas e acessos sinuosos, encontra-se a pequena localidade de Valongo dos Azeites, onde Manuel Baltazar atingiu mortalment a tia da antiga companheira e a sogra, deixando a ex-mulher com ferimentos na perna e a filha em estado muito grave.

Já perto da pequena aldeia, avista-se uma igreja e, inicialmente, não se vê vivalma. As pessoas optam por se esconder. A procissão que iria decorrer foi cancelada. Nos cafés, o ambiente é de silêncio e luto. Ninguém quer festejar a Páscoa. Mais à frente, avistam-se ajuntamentos de vizinhos e amigos que, aos poucos, vão falando do que aconteceu.

Sorte do destino, Rui Carvalho, vizinho da família, tinha estado no local do crime poucos momentos antes de se dar o homicídio. “Eu passei lá esta tarde para comer uns biscoitos. Quando saí cruzei-me com o homicida. Eu já andava desconfiado porque eles tinham muitas discussões e ele rondava muitas vezes a casa. Ele era uma pessoa muito obsessiva.”, explica. “As queixas à GNR por parte da ex-mulher e da filha já tinham sido muitas, mas nada foi feito”.

Por outro lado, outros conterrâneos admitem que Manuel Baltazar era um homem pacato. “A mim nunca me fez nada. Éramos amigos há muitos anos. Vivia muito sozinho. Ninguém lhe ligava, nem os filhos” Admite David Nascimento.

A casa, vedada, é rodeada por um grande jardim, de onde os corpos foram levados. A polícia de investigação criminal procurou vestígios até às 22h de quinta-feira, mas não quis prestar quaisquer declarações.

O agressor estava sujeito à medida de coacção de pulseira electrónica e proibido de contactar a sua ex-mulher, desde Outubro do ano passado, devido a um processo de violência doméstica. O homem, de 61 anos, deslocou-se à casa onde habita, pondo-se de seguida em fuga. As buscas estavam a decorrer ainda na noite de quinta-feira, pela GNR em cooperação com a Polícia Judiciária, com um efectivo de 30 militares e dois cães, patrulhas de investigação criminal e destacamento de trânsito.

 

Sugerir correcção
Comentar