Cultura em Expansão leva cinema, performance e música ao matadouro, ao bairro e à ilha municipal

Câmara do Porto avança com programa que leva diferentes manifestações artísticas a palcos menos usuais da cidade.

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A ilha da Bela Vista está incluída no roteiro Adriano Miranda

Era uma das propostas da candidatura de Rui Moreira e vai começar a instalar-se na cidade a partir da próxima sexta-feira. O primeiro momento do programa Cultura em Expansão vai levar o cinema ao antigo Matadouro Industrial, a música à Associação de Moradores do Bairro Social da Pasteleira e performances, instalações e debates à ilha da Bela Vista.

Numa apresentação do programa, a que o PÚBLICO teve acesso, o vereador da Cultura, Paulo Cunha e Silva, explica que o principal objectivo da Cultura em Expansão é “colocar a oferta cultural onde ela deve estar: em todo o lado, como se a cidade líquida não pudesse ser fechada”. Cunha e Silva defende que o desenvolvimento de projectos como este permitem sedimentar “uma política de acesso à Cultura sem fronteiras e sem barreiras”, tanto mais que o público é chamado a participar em cada uma das apresentações propostas.

O programa arranca a 3 de Outubro, às 21h30, no antigo Matadouro Industrial do Porto, em Campanhã, com “A Santa Joana dos Matadouros: Abertura dos Portões!”. Durante duas noites a equipa que está a realizar o filme A Santa Joana dos Matadouros, de João Sousa Cardoso, a partir de textos de Bertolt Brecht, vai receber no plateau “todos aqueles que quiserem assistir à rodagem de um conjunto de cenas específicas do filme”. O filme, em rodagem naquele local até Outubro, junta actores profissionais, como Carla Bolito, e amadores, bem como “um grupo de habitantes do Vale de Campanhã, em situação de desemprego”, segundo informação do pelouro da Cultura.

Quem lá for, a 3 ou 4 de Outubro poderá, por isso, ser “testemunha privilegiada” da actividade cinematográfica, mas também, quem sabe, descobrir-se como “actor de circunstância” no próprio filme.

A oferta da Cultura em Expansão salta, depois, para 11 de Outubro e para a ilha municipal da Bela Vista, alvo de um processo de requalificação. É aí que se vão juntar o engenho e a vontade do Ao Cabo Teatro, da companhia Circolando e de Paulo Mendes, na apresentação de Arquipélago. Uma mistura de “teatro, artes visuais, festa e pensamento”, Arquipélago vai levar aos espaços da ilha na Rua de D. João IV instalações artísticas, debates e histórias representadas, nas quais participam os próprios moradores. Sempre a partir das 15h, a festa na Bela Vista repete-se nos dias 18 e 25 de Outubro.

E, a 24 de Outubro, acontece o último dos espectáculos deste primeiro momento da Cultura em Expansão. Desta vez, é de música que vai tratar a apresentação preparada para a sede da Associação de Moradores do Bairro Social da Pasteleira. A partir das 21h30, António Rosado e Filipe Quaresma, ao violoncelo e ao piano, vão interpretar obras de Edvard Grieg, Sergei Rachmaninoff e Claude Debussy. Desta vez, o público é convidado apenas a ouvir.

 

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