A Associação Porto Tech Hub ainda não nasceu, mas já mexe

Critical Software, Blip e Farfetch organizam conferência internacional sobre inovação tecnológica e criam associação para atrair talentos para o Porto.

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A Critical Software é uma das três fundadoras da Porto Tech Hub Nelson Garrido

No intervalo dos negócios, proveitosos, por sinal, três conhecidas empresas portuguesas da área tecnológica, a Blip, a Farfetch e a Critical Software, decidiram criar o Porto Tech Hub. A associação, que vai ser constituída dentro de dias, e está aberta a outras empresas do sector, está a organizar já, em parceria com o gabinete Invest Porto e o município, uma primeira conferência internacional, a 29 e 30 deste mês, com o objectivo de colocar o Porto no roteiro das cidades mais abertas à inovação.

Ana Lehman, directora do Gabinete Invest Porto, considerou “estratégica para a cidade” esta iniciativa de três empresas que “já acrescentam valor à economia”, notou, e que pretendem, agora, ajudar a criar um ambiente propício à atracção de talentos – desde logo para estas três empresas, mas para todo um sector – sejam eles estrangeiros, sejam, e muito se falou deles na apresentação do projecto, portugueses que decidiram emigrar.

A primeira iniciativa deste trio, que ainda não se constituiu como associação, é a conferência Porto Tech Hub, que se realiza no Rivoli, no final do mês, e para a qual estavam, até esta quarta-feira, inscritas 350 pessoas. A organização espera ter sala cheia, para um programa intenso que conta já com intervenções de oradores ligados a gigantes como o Facebook, Ebay ou Oracle e que pretendem replicar ao longo do ano, em eventos que futuros associados pretendam organizar.

O grupo de fundadores – três empresas complementares mas que disputam entre si, assumem, alguns quadros qualificados – está aberto à entrada de empresas na associação, desde que elas alinhem com o seu manifesto que se baseia em três linhas de força: uma busca pela excelência e inovação, a crença de que os melhores activos são o talento, a criatividade e a paixão dos seus colaboradores, e a defesa do Porto e da região envolvente como uma zona com condições, materiais, humanas e de estilo de vida, para atrair mais investimento e pessoas qualificadas.

Ana Lehman lembra que o Porto está na moda por causa do turismo. E Luís Desport, da Farfetch, acrescentou que a qualidade de vida da cidade, e as actividades de lazer que ela oferece, são condições tidas em conta quando alguém decide trabalhar no estrangeiro. “Temos sempre muito a ganhar, muito a aprender, quando conseguimos convencer um alto quadro estrangeiro a vir trabalhar, nem que seja por um ano, numa empresa portuguesa”, afirmou também Hélder Martins, da Blip.

Outra das ambições do grupo é ajudar a criar um ambiente para novos investimentos na região, que, por seu turno, voltem a tornar o país atraente para aqueles que o deixaram. As três empresas fundadoras do Porto Tech Hub empregaram, nos últimos anos, centenas de pessoas. A Critical Software criou 70 novas vagas em 2014, a Blip passou de 120 Para 250 colaboradores e a Farfetch, que começou com 27 pessoas em 2010, emprega 310 em Portugal, e 600 no mundo, esperando, este ano, acrescentar 140 novos postos de trabalho qualificados este ano.

“Ligar a inovação à criação de emprego era uma das prioridades” do Pelouro da Inovação da Câmara do Porto, assumiu Paulo Calçada, assessor do vereador Filipe Araújo para este sector, justificando, desta forma, o apoio da câmara a esta associação, apresentada à imprensa precisamente nos Paços do Concelho, e ao primeiro Porto Tech Hub, que durante dois dias vai ocupar as duas salas do Rivoli. As inscrições para o evento são gratuitas, sendo exigida uma caução, de 15 ou 25 euros, que é devolvida no momento de check-in. Uma forma de evitar que pessoas sejam impedidas de participar por falta de vagas e um cenário de cadeiras vazias nas conferências.

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