Lisboa vai instalar 21 radares para controlo da velocidade

Sistema por fotografia estará ligado à Polícia Municipal permitindo multar os condutores que excedam o limite de velocidade.
A Segunda Circular, segundo os números da autarquia lisboeta, foi a via que registou mais acidentes no ano passado, com mais
de três centenas e meia de ocorrências

A Câmara de Lisboa vai analisar na próxima reunião do executivo municipal, quarta-feira, uma proposta da vereadora com o pelouro da Mobilidade, Marina Ferreira, para a abertura de um concurso público destinado à aquisição de um sistema de detecção de excesso de velocidade e controlo do tráfego na cidade, que inclui 21 radares.O projecto, estimado em cerca de 2,450 milhões de euros, prevê a instalação de 21 radares de velocidade e seis painéis de informação em 13 das 32 vias com maior sinistralidade da cidade - como as avenidas General Norton Matos e Infante D. Henrique - e nos troços que registam maior excesso de velocidade - como a Avenida Brasília e a saída do túnel da Avenida João XXI (ver infografia). Se a proposta for aprovada, a vereadora da Mobilidade prevê que o sistema entre em funcionamento ainda este ano.
Segundo a proposta da autarca, o sistema, "perfeitamente visível e identificável em cada artéria", avisa previamente os condutores em excesso de velocidade com uma mensagem luminosa, legível a pelo menos 350 metros, e só os penaliza se "persistirem na infracção". Neste caso, será enviada uma fotografia, em tempo real, com os dados da transgressão (data, hora, local, velocidade, entre outros) a uma Central de Controlo e Vigilância da Polícia Municipal de Lisboa, a criar no âmbito do projecto, que, por sua vez, multa o condutor.
O plano integra ainda um sistema de vídeo ligado ao centro de tráfego, do Departamento de Segurança Rodoviária e Tráfego da Câmara de Lisboa (gere actualmente o sistema de regulação de trânsito Gertrude), que mede o volume de tráfego e, em tempo real, o transmite nos seis painéis de informação aos condutores. "O objectivo é aferir os momentos em que o trânsito está congestionado prestando, assim, a informação ao condutor a fim de este deixar o carro num parque de estacionamento e utilizar os transportes públicos", explica Marina Ferreira.
Serão também colocados detectores de excesso de velocidade, sem registo fotográfico ou de vídeo, que indicam e informam os condutores da velocidade máxima permitida na via. O projecto é pioneiro no país e "existe em poucos países". Visa assim ser "uma medida de fundo de prevenção rodoviária inédita" e "contribuir para a alteração radical do comportamento dos condutores", diz Marina Ferreira.
Na Polícia Municipal será instalado um sistema de gestão para tratamento e leitura dos dados recebidos para efeitos de fiscalização. A medida insere-se no programa Lisboa Capital da Segurança Rodoviária 2006, um projecto com vista a diminuir a sinistralidade rodoviária mortal na cidade.
Segundo dados da Câmara de Lisboa, no ano passado registaram-se cerca de 11700 acidentes, dos quais resultaram cerca de 50 mortos, 285 feridos graves e 2700 feridos ligeiros. As principais causas de sinistralidade são o excesso de velocidade e álcool, provocando cerca de um terço dos acidentes graves e mortais na União Europeia.
Em 2005, a Avenida General Norton de Matos (Segunda Circular) foi a que registou maior número de acidentes (364), seguida da Avenida Infante Dom Henrique (292) e do Eixo Norte-Sul (212). O Campo Grande (204) e as avenidas 24 de Julho (180) e da República (155) estão também entre as vias que com maior sinistralidade, sendo a principal causa de acidente o abalroamento.

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