Críticas por segurança do aeroporto de Beja ficar na PSP

A Associação Sócio-Profissional Independente da Guarda Nacional Republicana (ASPIG) e a Associação Profissional da Guarda (APG/GNR) assumiram ontem através de comunicado a sua insatisfação por ter sido atribuída à PSP a segurança do aeroporto de Beja.

A ASPIG lembra que o futuro aeroporto, que tem prevista a sua abertura oficial para o próximo mês de Maio, "dista cerca de dez quilómetros da cidade de Beja" e, por conseguinte, em plena zona rural, que "é área atribuída à GNR e policiada por esta".

A associação critica o Ministério da Administração Interna (MAI) por este ter analisado de "ânimo leve" a opção de atribuir à PSP a função de garantir a segurança na nova unidade aeroportuária, retirando à GNR "uma valência dignificadora da sua natureza militar". O comunicado realça as "características específicas" de uma força como a GNR, que está preparada para actuar "fora dos grandes centros urbanos". Por outro lado, a nova lei orgânica da GNR "prevê dotar" os comandos territoriais distritais de destacamentos aerotransportados, acentua a ASPIG.

Foi "com surpresa e preocupação" que a APG/GNR diz ter tomado conhecimento de que o MAI "está a equacionar" a hipótese de atribuir o policiamento das infra-estruturas do futuro aeroporto de Beja à PSP.

Tal como a ASPIG, a APG/GNR sustenta que o aeroporto está localizado numa área cuja "competência de policiamento" é da GNR, conforme estabelece a lei orgânica, "aprovada em sede parlamentar", e que inclui a vigilância das infra-estruturas aeroportuárias. A APG receia que uma decisão deste tipo poderá ainda pretender "abrir portas" para outras situações similares, como, por exemplo, no futuro aeroporto de Alcochete.

A confirmar-se a decisão tomada pelo MAI, esta irá resultar "num estatuto de menoridade" da GNR e "afectará" o prestígio da instituição junto da opinião pública. Ao mesmo tempo, "promove a instabilidade entre as duas instituições policiais", o que, considerando-se a "sensibilidade" do momento em que vivemos, "não é de todo desejável". adverte a APG.

Esta organização já solicitou uma audiência ao MAI para que sejam prestados esclarecimentos sobre este assunto.

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