Bombeiros acusam INEM de atraso no socorro a menina com crânio esmagado

a O comandante dos Bombeiros Voluntários da Parede, Pedro Araújo, acusa o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) de atraso no socorro a uma menina de quatro anos que morreu ontem devido a um acidente que lhe esmagou parcialmente o crânio.Um brasão de pedra existente no jardim da vivenda onde morava com os pais atingiu a criança na cabeça, aparentemente depois de ela ter mexido no objecto. Assente numa base colocada sobre o relvado, o brasão desabou sobre ela, deixando-a inconsciente. Tudo se passou à hora do lanche, na Rua Cidade de Coimbra, uma zona nobre da Parede, junto ao Colégio Pinheirinho.
Com a sua viatura de emergência médica habitualmente estacionada no hospital de Cascais, o INEM accionou os bombeiros da Parede, pois a viatura encontrava-se no Hospital de S. José, em Lisboa, aonde tinha ido levar um doente com um acidente vascular cerebral. Os bombeiros da Parede seguiram de ambulância para o local e prestaram os primeiros socorros à menina. "Fizemos reanimação. Face à demora da viatura do INEM, contactámo-los. O veículo ainda se encontrava no Saldanha, em Lisboa. Não é razoável que alguém entre a vida e a morte fique à espera de socorro desta forma", observa Pedro Araújo, admitindo, no entanto, ser abusivo afirmar que a criança pudesse ter sido salva se tivesse sido assistida pelo INEM
mais cedo.
De qualquer forma, não tem dúvidas: "O INEM não cumpriu a sua obrigação em tempo útil". O comandante diz que, perante o passar do tempo e a ira dos pais, os bombeiros decidiram meter-se à estrada com a criança, para se encontrarem mais depressa com a viatura de emergência médica, o que veio a acontecer na rotunda de S. Domingos de Rana, no acesso à auto-estrada A5 Lisboa-Cascais. "Mas já pouco havia a fazer e foi declarado o óbito", relata. "É racional e admissível que se mobilize para a Parede um veículo que está em S. José?", questiona o comandante dos bombeiros da Parede.
O porta-voz do INEM, Pedro Coelho Santos, garante que esta era, de facto, a viatura que se encontrava mais próxima do local, uma vez que o veículo de emergência médica que o INEM costuma ter no Hospital de S. Francisco Xavier, também em Lisboa, mas mais próximo da Parede que S. José, tinha ido a Sintra socorrer um doente crítico.
Pedro Coelho explica que a ida da ambulância ao encontro da viatura do INEM é um procedimento habitual, que dá pela designação de rendez-vous (encontro). Poderia a menina ter sobrevivido se tivesse havido maior celeridade na assistência médica? "Dado o tipo de ferimentos, não", assegura o porta-voz, que garante que o veículo do INEM estava nas Amoreiras, e não no Saldanha, quando foi accionado.
O INEM é acusado de não ter conseguido fazer chegar à Parede uma viatura de socorro em tempo útil

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