Desinteresse público

Uma vez mais, a exímia campanha de comunicação de Sócrates veio para vencer, ultrapassando a máquina social-democrata que insiste em atirar pedras à própria engrenagem. A um eleitorado que deixou de acreditar poder impedir, com o seu voto, as imposições da troika e, por isso, mais renitente em sair de casa no dia 5, continuam a ser feitos apelos a uma participação vã, porque esvaziada de poder de decisão quanto às políticas definidas por entidades internacionais não eleitas. À esquerda, nota-se o cansaço numa luta inglória por um espaço mediático que tem dado pouco lugar a opiniões dissidentes daquela que exige um esforço patriótico de via única, inevitável e inegociável. É, portanto, a populista habilidade comunicacional de Sócrates e Portas quem leva a dianteira em detrimento de PCP e BE, que, por inabilidade interna e externa, não estão a conseguir fazer passar a sua mensagem, e pelo amadorismo do PSD, que se autoflagela com pentelhos diversos a um ritmo quase diário. Relações Internacionais, Desempregado
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