Todas as 145 casas da ilha do Corvo vão ter água aquecida por painéis solares

Autarquia destaca poupança na despesa energética de uma ilha à qual as botijas de gás chegam de barco, e mais caras.

Foto
Até agora, os painéis foram instalados em 37 casas da ilha Pedro Cunha/Arquivo

O Corvo será a primeira ilha dos Açores a ter painéis solares e bombas de calor em todas as habitações, um projecto do município que permitirá à população reduzir despesas mensais e melhorar a qualidade de vida.

“As pessoas ficam mais bem servidas, embora muitas delas estivessem cépticas, mas agora já toda a gente quer”, afirmou à Lusa Manuel Rita, presidente da Câmara Municipal do Corvo, que iniciou este projecto. A primeira fase da instalação de painéis solares e bombas de calor para substituição do consumo de gás butano no Corvo está praticamente terminada, tendo envolvido 37 das 145 casas habitadas existentes numa ilha com pouco mais de 400 habitantes.

Alegando que o projecto permitirá diminuir a dependência externa da ilha, Manuel Rita disse, também, que a longo prazo permitirá às famílias corvinas e ao governo regional poupar muito dinheiro. “O governo regional, neste momento, está a pagar 24,18 euros pelo transporte [marítimo] de uma bilha de gás entre Ponta Delgada [ilha de S. Miguel] e o Corvo”, referiu Manuel Rita, estimando que quando o projecto estiver totalmente concluído, o abastecimento mensal de garrafas de gás à ilha passe das actuais 300 para apenas 100.

Para o secretário regional do Turismo e Transportes, Vitor Fraga, que esta semana visitou a ilha do Corvo, este sistema de abastecimento de energia permitirá que uma família-tipo poupe mensalmente cerca de 40 euros. O governante lembrou que a primeira fase deste projecto representou um investimento de cerca de 400 mil euros, através de uma colaboração directa entre o Governo dos Açores e a Câmara do Corvo, tendo um impacto directo na eficiência energética da ilha.

Para a segunda fase do projecto, que vai instalar painéis solares e bombas de calor em 108 habitações, candidataram-se sete empresas, estando neste momento o município a analisar as propostas. “Espero, dentro de um mês e meio, poder consignar a obra”, afirmou o socialista Manuel Rita, que por não se recandidatar nas próximas eleições autárquicas não irá inaugurar a obra, algo que não o preocupa: “O mais importante é contribuir para a qualidade de vida dos corvinos”.

Manuel Rita referiu que nos 37 lares onde já foram instalados os equipamentos, as pessoas “já deram pela diferença”, salientando que agora “já é possível estar a lavar loiça na cozinha e tomar um banho, sendo a temperatura da água sempre a mesma”.

O autarca, que cumpre o seu terceiro mandato no município do Corvo, revelou que além deste sonho tornado realidade tem outro, que passa por aproveitar a água de uma lagoa que está a ser construída na ilha para produção de energia eléctrica.
 

Sugerir correcção
Comentar