Plataforma mobiliza portugueses para manifestação contra central de Almaraz

Protesto luso-espanhol vai ter lugar a 11 de Junho em Cáceres

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A plataforma de associações que está a organizar a participação portuguesa na manifestação ibérica que, a 11 de Junho, vai reclamar em Cáceres o encerramento da central nuclear de Almaraz espera conseguir a maior mobilização de sempre.

Nuno Sequeira, da Quercus, uma das organizações que integra a plataforma, disse este sábado, numa sessão de divulgação da iniciativa realizada em Vila Nova da Barquinha, no distrito de Santarém, que está a ser organizada uma rede de transportes que vai cobrir todo o país, tendo sido até agora confirmada a participação de mais de 200 pessoas. "Esta é uma causa que importa abraçar. Temos de mostrar que Portugal está unido na exigência de que a central encerre no mais curto espaço de tempo", afirmou.

Na sessão "Fechar Almaraz! Que descanse em paz!" foram reafirmados os argumentos para que as populações se manifestem, contrapondo a sua pressão à das "grandes empresas" que estão "a lucrar anualmente milhões de euros" com uma central que deveria ter encerrado em 2010, mas cujo funcionamento foi prolongado até 2020, especulando-se sobre a intenção de o estender até 2030. Paulo Constantino, do movimento ProTejo, relatou os "pequenos incidentes" ocorridos (54 desde a entrada em funcionamento no início da década de 1980), o chumbo nos testes de resistência feitos pela Greenpeace e os "sérios riscos de segurança" apontados no início deste ano por inspectores do conselho de segurança nuclear espanhol.

Como se situa junto à fronteira com Portugal, um acidente grave em Almaraz obrigaria à retirada das populações dos distritos de Castelo Branco e Portalegre e teria "implicações profundas" numa área considerável do território. Além disso, as águas do Tejo usadas na refrigeração dos reactores da central ficariam contaminadas, referiu.

A sessão deste sábado contou com participações de dirigentes da ProTejo, da Quercus, da ZERO, Associação Sistema Terrestre Sustentável, da AZU, Associação Ambiente em Zonas Uraníferas, do deputado do Bloco de Esquerda Carlos Matias e do presidente da distrital do CDS-PP, José Matafome. Do encontro saíram propostas como a promoção de um abaixo-assinado exigindo ao Governo português que tome uma posição firme junto das autoridades espanholas na exigência do encerramento da central e o pedido às assembleias municipais dos municípios ribeirinhos para que aprovem moções no mesmo sentido.

Para 5 de Junho, Dia Mundial do Ambiente, está programada outra iniciativa. Trata-se de uma caminhada intitulada O Que Fazer Por Este Rio junto às Portas de Ródão, local que, segundo a ProTejo, seria o mais afectado no caso de ocorrer um problema nuclear.

A manifestação agendada para Cáceres, que juntará portugueses e espanhóis, será mais um momento de mobilização na exigência do encerramento da central, disse Paulo Constantino. 

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