Onze mil elefantes mortos no Gabão desde 2004

Comércio ilegal de marfim dizimou um terço da população de elefantes do país.

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Elefantes vítimas do comércio ilegal de marfim Evan Lieman/AFP

Pelo menos 11 mil elefantes foram mortos no Gabão desde 2004, para alimentar o comércio ilegal de marfim.

Segundo um comunicado da agência que gere as áreas protegidas do país (Agence Nationale des Parcs Nationaux), este é o número de animais que terão desparecido só no Parque Nacional de Minkébé. Na prática, resta apenas um terço dos elefantes que havia há nove anos.

O Gabão tem 13% da floresta tropical africana. Ali concentram-se cerca de 40.000 elefantes africanos de floresta, metade dos que existem em todo o continente.

“Pensávamos que a população de elefantes do Gabão tinha diminuído mais lentamente do que no resto da região, mas o país tem enfrentado uma série de casos de caça ilegal ao longo dos últimos anos”, refere o comunicado.

A ocupação humana no interior do parque de Minkébé tem aumentado significativamente nos últimos anos. Em 2011, uma inspecção detectou que um pequeno campo antes com 300 mineiros artesanais tinha-se transformado num aglomerado de 5000 pessoas, entre “mineiros, caçadores ilegais e traficantes de drogas e armas”, segundo o comunicado.

Por dia, são abatidos 50 a 100 elefantes, segundo as autoridades. O destino das presas de marfim é sobretudo o Extremo Oriente.

O Governo tem reforçado a vigilância, com mais 400 guardas da natureza, 120 soldados e 30 agentes policiais nos parques naturais. “Apesar dos nossos esforços, continuamos a perder elefantes todos os dias para o mercado negro do marfim”, diz Lee White, director da agência do Gabão para os parques, citado no comunicado. “Se não revertermos a situação rapidamente, o futuro dos elefantes em África estará comprometido”.

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