O que se pode ver nos ninhos

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Escarpas do Tejo são um dos habitats dos grifos em Portugal Pedro Cunha

Há três ninhos de grifos ao alcance da câmara instalada nas Portas de Ródão.

Os grifos (Gyps fulvus) são aves que pertencem ao género dos abutres e que, em Portugal, nidificam normalmente em grandes escarpas rochosas, como as que existem nos troços superiores do Tejo e do Douro, e dos seus afluentes.

São aves de grande dimensão, que chegam a ter cerca de um metro de comprimento e 2,5 metros de envergadura. Percorrem longas distâncias simplesmente a planar. Para isso, precisam de correntes térmicas ascendentes, de modo a ganhar altitude e seguir o seu caminho praticamente sem bater as asas. Normalmente, não levantam voo senão quando o sol já aqueceu um pouco, em dias sem chuva e com pouco vento.

Há poucas centenas de casais a nidificar em Portugal. Mas também há grifos que não se reproduzem cá mas são avistados no país, sobretudo nas zonas interiores mais junto à fronteira com Espanha. Muitos passam também por Portugal durante as migrações, surgindo em grandes concentrações na zona de Sagres.

O Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal classifica o grifo como uma espécie “quase ameaçada”.

Por vezes, nos ninhos monitorizados pela câmara em Vila Velha de Ródão são avistadas outras espécies, como a cengonha-preta (Ciconia nigra), o peneireiro-vulgar (Falco tinnunculus) e o melro-azul (Monticula solitarius). Um grifo de Rüppel (Gyps ruepellii) que se estabeleceu na região há algum tempo também surge por vezes nos ninhos dos grifos.

Nas mesmas escarpas, são comuns também outras espécies, como o abutre do Egipto (Neophron percnopterus), a águia de Bonnelli (Aquila fasciata) e o bufo real (Bubo bubo).

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