Green Project Awards distingue 19 projectos “amigos” do ambiente

Produção biológica de vinha, valorização do bagaço de azeitona e um programa que evita a impressão de recibos são alguns dos premiados.

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Rota Vicentina foi um dos projectos galardoados pelos Green Project Awards PEdro Cunha/Arquivo

Produção biológica de vinha, conservação de matos no Parque Nacional da Peneda-Gerês, valorização do bagaço de azeitona e um programa que evita a impressão de recibos – estes são apenas quatro dos 19 projectos distinguidos nesta terça-feira pelo Green Project Awards (GPA), o galardão que desde 2008 premeia iniciativas de desenvolvimento sustentável.

Nesta sexta edição, a iniciativa da consultora de comunicação GCI, em parceria com a Agência Portuguesa do Ambiente e a Quercus, inclui pela primeira vez um prémio para projectos realizados por jovens dos 13 aos 17 anos, na categoria Iniciativa Jovem-Projecto 80. A Associação de Estudantes da Escola Secundária João de Deus, de Faro, venceu com o projecto “Nós propomos: conhecer para melhorar Faro”, que visa identificar os problemas da cidade e as respectivas causas, promovendo a educação para a cidadania.

Os estudantes têm direito a uma viagem a Bruxelas para conhecerem as instituições europeias. Os restantes vencedores - no total, foram entregues sete primeiros prémios e 11 menções honrosas, mais um prémio Melhor Obra Original - têm a possibilidade de utilizar o selo GPA na sua comunicação institucional e corporativa.

Vinha e olival biológicos
Na categoria Agricultura, Mar e Turismo, o vencedor é a empresa Esporão, pela produção em larga escala de vinha e olival biológicos, com certificação. A Casas Brancas - Associação de Turismo do Litoral Alentejano e Costa Vicentina teve uma menção honrosa pela criação da Rota Vicentina, 350 quilómetros de rota pedestre inserida no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, que deverá gerar receitas de dez milhões de euros/ano em 2016. A Adere-Peneda Gerês ganhou também uma menção honrosa com um projecto de conservação dos matos/urzais e desenvolvimento sustentável no planalto da Mourela.

A Ucasul – União de Cooperativas Agrícolas de Beja venceu na categoria Investigação e Desenvolvimento, com um projecto de valorização do bagaço de azeitona. Ana Carvalho, investigadora do Instituto Superior Técnico (IST), obteve uma menção honrosa com a ferramenta de apoio à decisão para criação de alternativas sustentáveis, designada SustainPro, que permite às empresas reduzirem gastos operacionais. A segunda menção honrosa foi para a Universidade de Aveiro, com um projecto de terapia fotodinâmica que permite reduzir a carga de micróbios nas águas residuais.

Fraldas reutilizáveis e recolha de resíduos
Na categoria Information Technology, a rede hidrometeorológica que permite perceber as dinâmicas climatéricas de cada uma das nove ilhas dos Açores foi o projecto vencedor, atribuído à Secretaria Regional dos Recursos Naturais, Direcção Regional do Ambiente e Administração Hidrográfica dos Açores. A Galp Energia mereceu uma menção honrosa com o projecto SmartGalp, que permite monitorizar os consumos energéticos em habitações e viaturas. Na mesma categoria, a empresa Escrita Inteligente levou uma menção honrosa com o projecto Recibos Online, que elimina a necessidade dos retalhistas imprimirem facturas ou recibos em papel, substituindo-os por uma versão electrónica legalmente válida.

No que toca à Gestão Eficiente de Recursos, a EPAL – Empresa Portuguesa de Águas Libres venceu o prémio nesta categoria com o sistema de gestão de redes e controlo de perdas Wone, que permite actuar em antecipação, prevenindo rupturas. Ainda nesta categoria, a empresa Esporão teve uma menção honrosa com um projecto de racionalização de utilização de recursos, como a água, na Herdade do Esporão.

Na categoria Produto ou Serviço, a Ecologicalkids – Piriuki venceu com as fraldas reutilizáveis, feitas de materiais têxteis 100% recicláveis e que permitem, por bebé, reduzir uma tonelada de resíduos e evitar o abate de quatro árvores. A Maiambiente obteve uma menção honrosa com o Ecoponto em Casa, tendo já entregue mais de 90 mil ecopontos em habitações e aumentado assim a recolha selectiva de resíduos. Na mesma categoria, a TecnoVeritas teve uma menção honrosa pela solução Enermulsion, que permite tratar ou controlar emissões de gases poluentes em veículos.

Escolhidos 19 vencedores entre cerca de 200
Por último, na categoria Iniciativa de Mobilização SIC Notícias, a Associação Portuguesa de Educação Ambiental venceu com o projecto Rios, que promove a “adopção” de troços de rios com vista à sua conservação e limpeza. A Docapesca teve uma menção honrosa pelas suas iniciativas de valorização do pescado português e o IST foi também distinguido pela sua iniciativa Green Campus, que consiste numa competição entre equipas de estudantes, docentes e funcionários com o objectivo de promover a eficiência energética na rede de ensino superior.

Este ano, pela segunda vez, foi atribuído o prémio de Melhor Obra Original GPA – Sociedade Ponto Verde a Dinis Leitão, que venceu com um trabalho que aborda novas formas de gestão urbana que tenham em conta procedimentos sustentáveis e permitam cumprir as directivas europeias, repensando as formas de aplicação de taxas.

Os prémios foram entregues nesta terça-feira durante a conferência "Mobilizar Portugal para a Economia Verde", que decorreu na Fundação Champalimaud, em Lisboa. Os 19 vencedores foram escolhidos entre quase 200 candidatos. Desde 2008, as entidades promotoras dos GPA já receberam mais de mil candidaturas e premiaram mais de 50 projectos.

Nesta edição, os prémios são apoiados pelo Governo, pela CPLP, pela Presidência da República e pela Comissão Europeia. São ainda patrocinados por seis empresas, algumas delas vencedoras de edições anteriores (Caixa Geral de Depósitos, Sociedade Ponto Verde, Dalkia, Adene, REN e Lipor).

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