Governo britânico anuncia novos cortes nos subsídios às renováveis

Depois da redução dos incentivos aos parques eólicos, agora é a vez da biomassa e de pequenas instalações de energia solar.

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Pequenas instalações de painéis solares podem perder os subsídios a partir de Abril de 2016 DR

O Governo britânico vai fazer novos cortes nos subsídios às energias renováveis, de modo a reduzir o seu impacto sobre a tarifa de electricidade.

Num plano divulgado esta quarta-feira, o executivo de David Cameron anunciou a remoção de incentivos à queima de biomassa para a produção eléctrica e uma possível antecipação do fim dos subsídios a pequenas instalações de painéis solares.

Em Junho, o Governo já tinha antecipado o fim dos subsídios aos parques eólicos em terra. Também grandes instalações de painéis solares tinham sido já alvo de cortes em Janeiro. Agora, estão na mira instalações menores, com até cinco megawatts de potência, como pequenos parques solares em propriedades agrícolas ou no telhado dos edifícios. A ideia, ainda em consulta pública, é a de cortar os subsídios nestes casos a partir de Abril de 2016.

As medidas anunciadas também incluem alterações no acesso às tarifas especiais que a rede eléctrica paga à produção de origem renovável.

“As minhas prioridades são claras. Temos de manter as facturas o mais baixas possível para as famílias e as empresas que tanto trabalham, ao mesmo tempo em que reduzimos as nossas emissões [de gases com efeito de estufa] da forma custo-eficiente”, justifica a ministra da Energia e Alterações Climáticas, Amber Rudd, num comunicado.

“O nosso apoio fez cair significativamente o custo das energias renováveis. Os custos continuam a cair, tornando mais fácil para a indústria renovável sobreviver sem subsídios”, acrescenta Rudd.

O objectivo do Governo é conter o aumento previsto no montante de subsídios que podem entrar na factura da electricidade. O limite actual é de 7,6 mil milhões de libras (11 mil milhões de euros) mas pode subir para 9,1 mil milhões de libras (13 mil milhões de euros) até 2020-2021.

As medidas foram criticadas por ambientalistas e pela indústria britânica da energia solar, pelo impacto que poderão ter em novos projectos. A Solar Trade Association, que representa o sector, argumenta que os subsídios ao solar custam apenas três libras (quatro euros) por ano a cada cidadão do Reino Unido. 

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