Comércio de madeiras tropicais terá mais controlo internacional

Conferência da Cites aprova novo estatutuo de protecção a várias espécies de árvores.

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Comércio ilegal mantém-se mesmo em países que já têm leis restritivas NATALIE BEHRING-CHISHOLM

Várias espécies de árvores tropicais passarão a estar sujeitas a regras internacionais de comercialização, numa tentativa de travar os efeitos do comércio ilegal de madeiras exóticas. São sobretudo espécies de pau-rosa, do género Dalbergia, que embora tenham estatutos de protecção nalguns países, estão a ser alvo de um intenso comércio, sobretudo para a China.

O pau-rosa está protegido, por exemplo, na Tailândia, Vietname, Laos e Camboja, onde é genericamente proibido o seu corte e comercialização. Mas só na Tailândia foram confiscados quase 180 mil toras destinadas ao comércio ilegal nos últimos seis anos. Madagáscar é outro país sob mira de explorações ilegais, não só de espécies de pau-rosa como também de ébanos.

A ausência de um chapéu legal global levou à aprovação de propostas de protecção, esta terça-feira, na conferência da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies a fauna e da Flora Selvagem Ameaçaas de Extinção (Cites, na sigla em inglês). Várias espécies foram incluídas no anexo II da Cites, que reúne plantas ou animais que, embora não estejam necessariamente ameaçados de extinção, devem ter o comércio internacional regulado, devido às ameaças a que estão sujeitos.

A decisão foi saudada pela organização não-governamental Traffic, que vigia de perto o comércio internacional de espécies selvagens. “Estamos ansiosos para que as normas da Cites ajudem a garantir a sustentabilidade do abastecimento de madeiras tropicais”, disse David Newton, director da Traffic para a região africana.

A conferência da Cites, que termina na quinta-feira, tem resultado em várias decisões pró e contra um maior controlo sobre determinadas plantas e animais. Na segunda-feira, cinco espécies de tubarões também foram incluídas no anexo II da convenção, passando a estar sob normas mais restritivas de comércio. Na semana passada, os ursos-polares não tiveram a mesma sorte e uma proposta para banir o seu comércio foi rejeitada.
 
 

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