Combustível nuclear começa a ser retirado de Fukushima

Primeira transferência realizada com sucesso num dos reactores da acidentada central nuclear.

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Há cerca de 1500 conjuntos de combustível para serem removidos do reactor 4 AFP/TEPCO

A empresa japonesa Tepco, que opera a central de Fukushima, conseguiu remover o primeiro lote de combustível nuclear de um dos reactores afectados pelo sismo e tsunami de 2011.

Nos últimos dois dias, 22 conjuntos de combustível nuclear foram retirados de uma piscina de armazenamento do reactor 4 de Fukushima, dentro de um cilindro metálico, com 5,5 metros de altura e 2,1 metros de diâmetro. O recipiente foi transportado para outra piscina de armazenamento, fora do reactor e que serve a toda a central.

Este tipo de operação é feito com regularidade nas centrais nucleares, onde as piscinas são utilizadas para impedir que o combustível e os resíduos radioactivos aqueçam e libertem radioactividade. Mas no caso de Fukushima, a intervenção foi mais complexa. A piscina encontra-se numa zona elevada, 18 metros acima do solo, no edifício onde está o reactor 4 e cuja estrutura foi afectada por uma explosão quatro dias após o sismo e tsunami de 11 de Março de 2011.

Há 1533 conjuntos de combustível nuclear na piscina do reactor 4. Primeiro será removido o combustível não usado – 202 conjuntos. Os demais 1331 conjuntos são de combustível usado, metade dos quais contendo material extremamente radioactivo.

A remoção é um teste à capacidade da Tepco em desmantelar a central de Fukushima, palco do maior acidente nuclear desde Chernobil, em 1986. A empresa tem enfrentado grandes problemas, primeiro para estabilizar os reactores acidentados e, mais recentemente, para conter fugas de água radioactiva para o mar.

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