Austrália usa Twitter para avisar banhistas que há tubarões por perto

Mais de 300 tubarões foram marcados com transmissores que enviam mensagem com a localização dos animais cada vez que estes se aproximam da costa oeste.

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Foram marcados tubarões de várias espécies AFP Photo

Cientistas australianos marcaram cerca de 330 tubarões com transmissores que enviam avisos, através do Twitter, sempre que os animais se aproximam da costa ocidental. Esta é uma das medidas tomadas pelo Governo do Oeste da Austrália para tentar diminuir o número de mortes por ataques de tubarões, mas está a ser criticada pelas associações ambientalistas.

Cada vez que um tubarão se aproxima da costa – a cerca de 800 metros – o transmissor faz accionar um alerta no computador, que em menos de dois minutos envia uma mensagem pelo Twitter, através da conta Surf Life Saving WA (SLSWA). O tweet inclui o tamanho do tubarão, a espécie e a localização aproximada.

Os pequenos transmissores acústicos foram implantados no estômago dos tubarões, através de cirurgias rápidas realizadas a bordo de uma embarcação, após as quais foram logo libertados. Foram marcados tubarões-baleia, tubarões-tigre e tubarões-brancos, os maiores peixes predadores dos oceanos, que estiveram envolvidos em vários ataques a banhistas e surfistas nos últimos anos.

Chris Peck, da SLSWA, explicou à cadeia de televisão Sky News que este sistema é muito mais rápido do que os tradicionais avisos nas rádios locais e nos jornais. “Agora a informação é imediata e as pessoas já não têm desculpa para dizer que não a recebem”, disse. A informação recolhida através dos transmissores vai também ser monitorizada e analisada pelos cientistas.

Nos últimos dez anos morreram 11 pessoas vítimas de ataques de tubarões. O caso mais recente foi o do surfista Chris Boyd, de 35 anos, que foi atacado por um tubarão-branco enquanto surfava, em Novembro.

No entanto, a medida não convence os ambientalistas e defensores dos animais. “Esta é uma reacção instintiva simples, que não está baseada na ciência. Não vai ter qualquer benefício para a segurança dos banhistas e vai ter um efeito dizimador nos tubarões-brancos e nas outras espécies em perigo de extinção”, afirmou Ross Weir, do grupo Western Australians for Shark Conservation (WASC), citada pelo jornal The Independent.

Esta medida junta-se a outra lançada recentemente pelo Governo do oeste australiano, com o mesmo objectivo mas ainda mais controversa, que visa criar “zonas de matança” de tubarões ao longo da costa ocidental. Os limites destas zonas vão até um quilómetro da costa, nas praias mais frequentadas: sempre que forem avistados tubarões nessa área, os pescadores locais estão autorizados a matar ou capturar os animais. Os ambientalistas prometem tomar medidas para impedir a “matança”.

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