Até os ursos polares estão a sentir frio nos Estados Unidos

País enfenta segundo dia de clima glacial, com os termómetros muito abaixo de zero.

Em Chicago, os termómetros marcavam 22 graus Celsius negativos na terça-feira de manhã
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Em Chicago, os termómetros marcavam 22 graus Celsius negativos na terça-feira de manhã SCOTT OLSON/AFP
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Chicago e o lago Michigan REUTERS/Jim Young
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Neve em Detroit REUTERS/Rebecca Cook
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Roupa de Inverno em Washington AFP/MLADEN ANTONOV
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Washington REUTERS/Gary Cameron
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Washington REUTERS/Gary Cameron

Quando se tem que dar abrigo a um urso polar devido às baixas temperaturas, é porque está mesmo muito frio. Foi o que aconteceu no Zoológico de Lincoln Park, em Chicago, onde a ursa Anana, de 12 anos, teve de ser resguardada do clima gelado que se abateu praticamente sobre grande parte dos Estados Unidos desde segunda-feira.

Se vivesse no seu habitat natural, a ursa teria desenvolvido uma camada adicional de gordura que a faria suportar melhor o frio glacial que tem envolvido Chicago. Na manhã desta terça-feira, os termómetros marcavam 22 graus Celsius negativos na cidade. A sensação térmica era de 33 graus negativos.

Os Estados Unidos e o Canadá enfrentaram o segundo dia de uma perigosa vaga de frio, com temperaturas e ventos capazes de congelar partes expostas do corpo numa questão de minutos. A razão principal está numa variação do vórtice polar, uma massa de ar frio e denso que normalmente circula sobre o Árctico, mas que, por vezes, estende-se ou reparte-se em fracções que atingem latitudes mais baixas.

O fenómeno causou uma redução abrupta das temperaturas. Em Nova Iorque, os termómetros desceram de 13 graus positivos na segunda-feira para 15 graus negativos na terça-feira. Em muitas cidades, foram batidos recordes diários de temperatura mínima.

O frio moveu-se para Leste e expandiu-se também para o Sul do país, até ao Alabama. As escolas permaneceram encerradas em grandes cidades como Chicago, Atlanta e Nashville.

Cancelados 18 mil voos
Nos transportes, o frio continuou a causar transtornos nos aeroportos. Na manhã desta terça-feira, foram anulados mais de 2000 voos. Desde quinta-feira passada, foram 18.000 os voos cancelados.

No estado do Illinois, três comboios ficaram bloqueados a uma centena de quilómetros de Chicago e cerca de 500 passageiros tiveram de passar a noite nas carruagens.

Até esta terça-feira, estavam contabilizadas 15 mortes associadas ao frio, entre elas a de um trabalhador na Filadélfia soterrado por uma pilha de sal para degelar estradas e quatro homens vitimados por ataques cardíacos quando limpavam a neve diante das suas casas em Chicago.

Os serviços meteorológicos norte-americanos prevêem que as temperaturas comecem a regressar a níveis normais nesta quarta-feira.

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