Agosto não teve um único dia com mais de 40ºC

Situação não se verificava há quase duas décadas.

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Tudo na praia é vagaroso: ao longe, o mar, lá onde termina, toca o céu ADRIANO MIRANDA

Não é uma situação inédita mas é rara: em Agosto passado os termómetros nunca chegaram aos 40ºC em Portugal.

Dados do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) confirmam o que todos sentiram, ou seja, que foi mesmo um mês frio. Na generalidade foram poucos os dias em que temperatura subiu acima dos 30oC – apenas 10% do território continental ultrapassou aquela marca em 15 dias ou mais. A excepção é a margem esquerda do Guadiana, na faixa entre Elvas e Barrancos, tradicionalmente uma das zonas mais quentes do país.

Termómetros acima dos 35oC foi algo que se viu ainda menos. Mesmo na margem esquerda do Guadiana, as estações meteorológicas registaram apenas cinco a sete dias com valores daquela ordem.

A temperatura máxima registada pelo o IPMA foi de 39,6oC, em Tomar, dia 18 de Agosto. Desde 1996 que não havia um Agosto sem temperaturas acima dos 40oC.

As temperaturas mínimas também estiveram abaixo da média. O menor valor verificou-se em Lamas de Mouro, Melgaço, dia 24 de Agosto: 2,7oC. O recorde histórico cabe a Birgone, Lamego, com zero graus no dia 18 de Agosto de 1963.

Noites frias e poucos dias com altas temperaturas fizeram de Agosto um mês brando em fogos florestais. A área ardida foi de cerca de sete mil hectares, contra uma média 53 mil hectares nos últimos dez anos, segundo os dados mais recentes. Entre 1 de Janeiro e 31 de Agosto as chamas consumiram cerca de 15 mil hectares de matos e florestas, até agora o valor mais baixo desde 1980.

Apesar de tudo, não foi o Agosto mais frio desde que há registos meteorológicos comparáveis. O galardão cabe a 1931, com uma temperatura média de 19,4 oC. O valor, agora, ficou-se pelos 21,5 oC, ou 0,62 oC abaixo do que seria normal. Julho também teve um desvio semelhante, o que, no final, não deixa dúvidas: não é um Verão normal.

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