Negócios da construção nos mercados externos quase triplicaram em sete anos

Angola responde por 53% dos cinco mil milhões de euros de negócios conseguidos fora de Portugal. Sector também está a crescer na América Central e do Sul.

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Fonte: AECOPS
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Os negócios realizados fora de Portugal ascenderam a cerca de cinco mil milhões de euros, em 2012, contra 1 699 milhões em 2006. Forçadas pela queda da actividade no mercado interno, a aposta das empresas de construção nos mercados externos permitiu, nos últimos sete anos, quase triplicar o volume de negócios captados fora do país.

Ao longo dos últimos sete anos, a actividade internacional das empresas portuguesas cresceu a uma taxa média de 20%, o que para a AECOPS ­- Associação de Empresas de Construção, Obras Públicas e Serviços reflecte “de forma inequívoca a sua competitividade externa”.

Com presença em mais de 30 países, o sector da construção tem actualmente em carteira encomendas no valor de 4,3 mil milhões de euros, para um universo de 5560 empresas, revelam os Cadernos da Internacionalização da AECOPS.

O valor das encomendas registadas em 2012 representa um decréscimo de 20% face a 2011, ano particularmente positivo na captação de negócios. O decréscimo de novos contratos foi mais acentuado na Europa, onde apesar do clima económico recessivo se verificou um ligeiro aumento do volume de negócios.

O peso da construção nas exportações atingiu, em 2012, os 8%, novo máximo histórico do sector. Em 2006, o peso nas exportações ficava-se pelos 3%. O peso dos negócios no exterior face ao produto interno bruto foi de 3%.

Na liderança dos cinco principais mercados externos, por volume de negócios, está Angola, com 53%, seguido da Polónia (10%), e de Moçambique (8%). Com 5% cada um, segue-se o Malawi e o Peru.

Em termos agregados, África representou 74,3% do volume de negócios, um crescimento significativo face aos 55% que registava em 2006. Em 2012, o volume de negócios neste mercado, onde se destaca Angola, Moçambique, Malawi, Argélia, Cabo Verde e Gana, atingiu 3,6 mil milhões de euros. Em 2006, valor era de 931 milhões de euros.  

Por volume de negócios, destaca-se ainda o continente europeu (13,4%) e a  América Central e do Sul (9,6%).

Nas novas encomendas, o continente africano (sem Médio Oriente) continua a dominar, com um peso de 57,3%. Mas, neste indicador, o destaque vai para o crescimento da América Central e do Sul, com uma percentagem de 32,9%, O crescimento face a 2011, de mais de 8%, ficou em boa parte a dever-se ao Brasil.

Na Europa, as novas encomendas ficaram-se pelos 7,7% do total, correspondendo a 333 milhões de euros. Face ao ano anterior, a queda foi de 50%, a que não é alheio o forte abrandamento e mesmo recessão registada em vários países europeus

Na Europa, a Polónia destaca-se como o principal mercado, onde se realizam a maior parte dos trabalhos realizados no Velho continente, no montante de 505 milhões de euros. Espanha ocupa o segundo mercado na Europa, com 90 milhões de euros de trabalhos e 29 milhões de euros de encomendas.

A AECOPS destaca que no conjunto dos mercados internacionais, “o Médio Oriente – com 0,6% dos novos contratos, surge como uma zona geográfica de menor importância relativa na actuação das empresas portuguesas de construção, com valores ainda muito aquém dos restantes mercados”.

Em termos de perspectivas futuras, a AECOPS destaca a consolidação da presença no mercado africano, no sentido de preservar e alargar quota de mercado. Segue-se o aumento da presença em mercados recentes, nomeadamente os da América central e do Sul, aproveitando o seu ciclo de crescimento. No horizonte está ainda a abordagem de novas geografias e a diversificação de áreas de negócio.

 Notícia da Lusa substituída por notícia do PÚBLICO às 19h05
 
 
 

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