Volume de negócios da Sonae cresceu 6% no primeiro trimestre

Vendas fora de Portugal cresceram 18%, com presença directa em mais de 80 países.

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Vendas do retalho alimentar cresceram 4,6 no primeiro trimestre. Daniel Rocha

No primeiro trimestre, o volume de negócios da Sonae totalizou 1215 milhões de euros, um crescimento de 6% face ao mesmo período do ano passado, revelou nesta quinta-feira a empresa.

A Sonae, que é proprietária do PÚBLICO, destaca que o crescimento da facturação resulta do “reforço das posições competitivas da generalidade das suas áreas de negócio, da sua aposta na internacionalização, da diversificação dos estilos de investimentos e da potenciação das suas competências e activos”.

Na área internacional, as vendas cresceram 18%, em resultado dos capitais investidos fora de Portugal, que representam actualmente cerca de 20% do total.

Luís Filipe Reis, da administração da Sonae, destaca a evolução “muito positiva” dos principais indicadores da conta de exploração, como é o caso do underlying EBITDA (calculado pelo método da consolidação integral), que totalizou 46 milhões de euros e do EBITDA (resultado bruto operacional), que se situou em 120 milhões de euros, um crescimento de 67,8%, equivalente a uma margem de 9,9%.

O resultado directo da Sonae totalizou 43 milhões de euros, aumentando de forma material face ao período homólogo de 2015, em virtude do maior EBITDA e do melhor resultado financeiro líquido. O resultado indirecto da Sonae foi negativo em 15 milhões de euros, devido essencialmente ao efeito de avaliação mark to market (valor de mercado) da NOS.

O resultado líquido atribuível a accionistas totalizou 30 milhões de euros, o que corresponde a um crescimento de 51,6% face a igual período de 2015. A empresa explica em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) que a evolução positiva dos lucros “traduz forte crescimento das vendas nos negócios de retalho alimentar e especializado, a internacionalização dos diferentes negócios, o sucesso nas operações de sale & leaseback (venda e arrendamento) e a forte solidez financeira”.

Nos primeiros três meses, a dívida líquida diminuiu em 168 milhões de euros, para 1309 milhões de euros. A empresa adianta que “não estão previstas necessidades de refinanciamento para os próximos 18 meses, sendo de realçar que esta estrutura de capital garante a capacidade financeira suficiente para explorar futuras oportunidades de crescimento”.

Luís Filipe Reis destaca o investimento realizado, que atingiu os 58 milhões de euros, mais dez milhões de euros face ao período homólogo, “numa altura em que se verifica, em termos gerais, um abrandamento ou mesmo retracção do investimento em Portugal”.

Por áreas de negócio, o maior contributo continua a vir do retalho alimentar. O volume de negócios da Sonae MC totalizou 830 milhões de euros, o que corresponde a um aumento de 4,6% quando comparado com período homólogo. “A variação de vendas no universo comparável de lojas da Sonae MC ascendeu a 1,4%, mantendo a evolução positiva verificada no quarto trimestre de 2015”, refere a empresa na informação divulgada.

Nesta área de negócio, foram abertas novas lojas, entre as quais três Continente Bom Dia e seis lojas Meu Super. Um dos novos hipermercados, com 6500 metros quadrados, aberto em Março, obedece ao conceito “hipermercado do futuro 2020” e no mercado internacional, as marcas exclusivas entraram em novos mercados, através da actividade de wholesale (em que a venda é assegurada por outros lojistas), que actualmente se estende a 38 geografias.

Em Janeiro de 2016, foi ainda lançado o Continente Negócios, uma plataforma de comércio electrónico totalmente dedicada a clientes empresariais.

Na área do retalho especializado, o volume de negócios da Sonae SR situou-se em 331 milhões de euros, aumentando 10,9% face ao período homólogo. Esta evolução foi motivada por um aumento de 3,5% na Worten e por um forte crescimento de 28,2% em desporto e moda. Nesta divisão, o volume de negócios aumentou 28,2%, para 115 milhões de euros, para o qual o contributo da Losan, uma empresa especializada em wholesale adquirida no final de 2015, foi relevante, revela o comunicado.

A Sonae RP, unidade de imobiliário de retalho, concluiu três operações de sale and leaseback no valor de 230 milhões de euros, equivalentes a um ganho de capital de aproximadamente 64 milhões de euros.

Na Sonae IM, unidade de Gestão de Investimentos, o principal destaque vai para a Wedo Technologies que conquistou quatro novos clientes de telecomunicações (nas regiões da Europa, Ásia, Pacífico, EUA e África), continuando a ampliar a sua base de clientes a nível mundial.

Nos centros comerciais, o resultado directo da Sonae Sierra situou-se nos 15 milhões de euros, aumentando 2,4%, e o resultado líquido melhorou 31,3%.

As telecomunicações continuam a contribuiu positivamente, com as receitas operacionais da NOS aumentarem 7,6%, para 370 milhões de euros, evidenciando uma aceleração da tendência de aumento em termos homólogos.

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