A Virgin America, uma companhia aérea low cost dos EUA parcialmente detida pelo grupo Virgin, do britânico Richard Branson, está a preparar a entrada em bolsa. A empresa entregou nesta segunda-feira ao regulador do mercado americano os documentos para uma oferta pública inicial.

Na documentação entregue, a Virgin America não detalhou  pormenores, não tendo especificado a quantidade de acções que quer vender, nem em que bolsa pretende ser listada. Apresentou apenas um valor indicativo de 115 milhões de dólares para o total da oferta, mas é muito frequente este valor sofrer grandes alterações, já que é indicado para o cálculo de custos processuais. Os bancos responsáveis pela operação serão o Deutsche Bank e o Barclays.

O plano de entrada em bolsa surge numa altura em que o mercado de aviação dos EUA está a recuperar, depois de várias falências e fusões ao longo da última década, que concentraram o mercado num número reduzido de companhias. De acordo com cálculos da agência Bloomberg, as seis grandes companhias domésticas dos EUA apresentaram lucros trimestrais combinados próximos dos quatro mil milhões de dólares, cerca de 2900 milhões de euros.

A Virgin America apresenta-se como uma companhia de tarifas reduzidas, mas com características tipicamente encontradas em transportadoras mais caras, incluindo três classes a bordo, assentos em couro, ecrãs sensíveis ao toque e tomadas em todos os lugares, comida e bebidas, e acesso a Internet sem fios . De acordo com a empresa, os custos são controlados com medidas relacionadas com a gestão da frota, cujos 53 aviões são todos da mesma família (dez Airbus A319 e 43 Airbus A320), com o objectivo de poupar nos gastos de manutenção e treino de pessoal.

A companhia voa entre as principais cidades dos EUA (centrando-se em San Francisco e Los Angeles) e algumas do México. As rotas são destinadas sobretudo a quem viaja em trabalho.

A transportadora foi criada, com o nome Best Air, em 2004. No ano seguinte, mudou o nome para Virgin America e começou a voar em Maio de 2007. As receitas têm subido desde então, mas foi só no ano passado que registou pela primeira vez resultados positivos. Teve 10,5 milhões de dólares de lucro e receitas em torno dos 1420 milhões.

A empresa tem uma participação minoritária do britânico grupo Virgin, que é dono de 22% do capital (nos EUA, empresas estrangeiras estão limitadas a uma participação máxima nas companhias aéreas correspondente a 25% dos direitos de voto). Praticamente todo o restante capital está nas mãos do fundo de investimento VAI Partners, que por sua vez é maioritariamente detido pelo fundo Cyrus Capital Partners.

O grupo Virgin é também dono de 51% da companhia aérea britânica Virgin Atlantic. Os restantes 49% são da companhia norte-americana Delta Air Lines.