Vinci ainda coloca nos planos para Lisboa o cenário da Portela+1

Dos 270 milhões de investimento até 2017, 63% será dedicado a novos projectos e o restante a conservação

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Grupo francês Vinci confirma negociações com Força Aérea para aumentar espaço de estacionamento Rui Gaudêncio

Depois de o Governo ter retirado da agenda a necessidade de encontrar uma infra-estrutura complementar ao aeroporto de Lisboa, o novo accionista da ANA coloca essa condição no plano estratégico até 2017. No documento, a Vinci refere que, para assegurar capacidade suficiente para suportar o tráfego esperado na Portela, tem de haver a garantia de que as novas construções previstas na base aérea do Montijo “não inviabilizam uma eventual futura utilização desta infra-estrutura para aí localizar uma área destinada ao processamento de tráfego civil”.

No documento, que faz parte do PETI e que foi aprovado pelo Governo a 2 de Abril, o grupo francês retoma, assim, o projecto Portela+1, que o executivo foi afastando, depois de ter sido dado como certo que o destino do aeroporto complementar seria o Montijo. O tema nunca foi consensual e a decisão acabou por ser adiada, com o argumento de que Lisboa suportará o crescimento do tráfego previsto para os próximos anos, que a Vinci estima em 3,3% entre 2013 e 2017.

No plano estratégico, refere-se, no entanto, que terão de ser tomadas medidas para precaver o esgotamento da Portela, com a Vinci a confirmar as negociações em curso com a Força Aérea Portuguesa no sentido de esta disponibilizar o aeródromo de trânsito nº1, em Figo Maduro, “para integração no aeroporto de Lisboa”, libertando “espaço para o incremento das plataformas de estacionamento de aeronaves”, explica a Vinci. O grupo esclarece ainda que o aeródromo será “deslocalizado” para as bases aéreas do Montijo e de Sintra.

Em termos globais, o novo dono da ANA, que ganhou a corrida à privatização da empresa no final de 2012 e finalizou a compra de quase 100% do capital em Setembro, prevê que o tráfego nos aeroportos nacionais cresça 2,6% nos próximos quatro anos, ultrapassando os 35 milhões de passageiros. Uma expectativa que será suportada num investimento total de quase 271 milhões de euros, a grande maioria em Lisboa. Este valor inclui uma parcela maior, com um peso de 63%, que será dedicada a novos projectos, estando o restante direccionado para a conservação das infra-estruturas, como acordo no contrato de concessão assinado com o Estado português e que terá a duração de 50 anos.

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