Galp e Martifer vendem licenças para parques eólicos à EDP por 17 milhões

Consórcio Ventinvest da Galp e da Martifer vendeu à EDP Renováveis licenças de 216 MW de geração de energia eólica.

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Novos parques da EDP deverão entrar em funcionamento em 2018 Lara Jacinto

A Galp anunciou esta quarta-feira que a Ventinveste, a parceria que tem com a Martifer para o investimento em energias renováveis, vai vender ao grupo EDP cinco sociedades proprietárias de licenças de construção de 216,4 megawatts (MW) de capacidade de produção eólica. O negócio tem um “valor de referência de cerca de 17 milhões de euros”, revelou a Galp em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Já a EDP Renováveis explicou, num outro comunicado à CMVM, que, no seguimento do acordo de 2012 entre o Governo e os produtores eólicos, estes 216,4 MW terão uma tarifa subsidiada durante 20 anos. A EDP Renováveis refere que o comissionamento e início de operação dos novos parques eólicos deverá acontecer até 2018.

O acordo entre a Ventinveste e a EDP põe fim a um longo período de negociações e segue-se à parceria com a Ferrostaal que a empresa da Galp e da Martifer anunciou no ano passado. O acordo com os alemães permitiu ao consórcio vencedor da segunda fase do leilão de capacidade eólica lançado por José Sócrates, em 2007, sair do impasse em que se encontrava.

A Ventinveste ganhou licenças para um total de 400 MW (e tinha ainda a obrigação de construir um cluster industrial com cerca de 19 unidades de produção de aerogeradores e pás), mas destes apenas construiu 12 MW. O projecto ficou desde cedo marcado por uma série de contratempos, como a saída da accionista Enersis do consórcio, atrasos e recusas na emissão das declarações ambientais, e a subida dos custos de financiamento quando eclodiu a crise, em 2008.

Em comparação, o outro consórcio vencedor, a ENEOP (onde estão a EDP e a Generg) construiu e pôs em produção os 1200 MW que lhe foram atribuídos na primeira fase do leilão, além de ter garantido a entrada em funcionamento de um complexo industrial (com a fabricante alemã Enercon) na região de Viana do Castelo.

Finalmente, no ano passado, a Ventinveste anunciou ter chegado a acordo com a Ferrostaal, garantindo um financiamento de 175 milhões de euros junto de um conjunto de bancos (o BPI, o Santander e o ING) para a construção de quatro novos parques eólicos (176 MW) de que o grupo alemão também se tornou accionista. Neste caso, as turbinas serão produzidas pela Senvion, nas suas fábricas de Oliveira de Frades e Vagos. A expectativa é que as 84 torres previstas comecem a produzir já no próximo ano.

 

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