Venezuela quer ter novo sistema cambial até ao final do ano

Desde 2003 existem restrições à compra de moeda estrangeira no país.

Foto
Venezuela quer corrigir "distorções" criadas no actual pelo mercado negro do dólar Rui Gaudêncio

O vice-presidente venezuelano para a área económica, Rafael Ramírez anunciou, na sexta-feira, que a Venezuela vai unificar o sistema cambial para corrigir "distorções" criadas no actual pelo mercado negro do dólar até ao final do ano.

"Vamos avançar para um novo sistema cambial, no qual temos que convergir, porque o (mercado) paralelo e as distorções que se criaram são absolutamente inconvenientes", disse Rafael Ramírez, indicando que a entrada em funcionamento está prevista para este ano.

Na Venezuela vigora, desde 2003, um sistema de controlo cambial que impede a livre obtenção de moeda estrangeira no país.

Actualmente o sistema conta com três diferentes tipos de cotação oficial para o euro: 8,50 bolívares (Bs), 13,50 Bs e 67,50 Bs, aplicados a alguns alimentos e medicamentos, turismo, e a bens não prioritários, respectivamente.

O preço das duas cotações mais elevadas dependem de leilões semanais de divisas realizados pelo Banco Central da Venezuela.

Já no mercado paralelo, o valor por cada euro é de cerca de 98,00 Bs, mas é proibido divulgar esta cotação localmente.

O também presidente da empresa estatal Petróleos da Venezuela SA acrescentou que, com vista à convergência do sistema cambial, o Governo está já a adoptar medidas prévias relacionadas com a "questão das reservas, do equilíbrio de preços e da quantidade de 'massa' (dinheiro) circulante".

Segundo Rafael Ramírez as três cotações oficiais que vigoram actualmente são "mecanismos complementares que atendem uma situação conjuntural no país".

O valor da cotação a aplicar ao novo sistema cambial unificado ainda não foi revelado. Contudo, de acordo com a previsão de analistas, deverá oscilar entre 35 e 50 bolívares por dólar norte-americano (47,25 e 67,50 bolívares por euro).

Sugerir correcção
Comentar