O consumo cai, o rendimento das famílias diminui, as medidas de austeridade tiram a confiança aos portugueses, mas as vendas de chocolate aumentam 3,3% (em volume) em 2012, em comparação com 2011.

Os dados, da Nielsen, citados pela Associação dos Industriais de Chocolate de Confeitaria revelam ainda que, apesar da crise, as vendas cresceram 1,2% em valor.

“O chocolate é um produto com uma carga emocional e psicológica muito forte, pelo que não é de estranhar que, numa altura em que Portugal atravessa uma grave crise económica, financeira e social, a população reforce o consumo de um alimento que promove o bem-estar físico e psíquico”, explica Manuel Barata Simões, secretário-geral da Associação dos Industriais de Chocolate e Confeitaria (Achoc), através de um comunicado.

No ano passado, Portugal exportou 10,8 milhões de euros de “chocolate e outras preparações alimentícias contendo cacau” e importou 150,8 milhões, principalmente de mercados europeus.

Em média, cada português consome 1,9 quilos de chocolate por ano, abaixo da prática de países como Espanha ou Itália, onde o consumo ultrapassa os três quilos. Em Inglaterra e na Alemanha, o consumo de chocolate é ainda mais expressivo: dez quilos por ano.

A percepção sobre o produto é diferente, explica a Achoc: “Nesses países o chocolate é considerado um alimento ideal para ser consumido a meio da manhã ou durante a tarde, como um complemento, ou suplemento nas refeições básicas. Em Portugal é muitas vezes visto como uma prenda ou gratificação.”