Venda do Novo Banco na recta final

Negociações com a chinesa Angbang estão em fase avançada mas Banco de Portugal diz que propostas da Apollo e Fosun permanecem válidas.

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Adiar a venda do Novo Banco é uma hipótese que ainda está em cima da mesa Rita Franca

O Banco de Portugal emitiu um comunicado nesta quarta-feira a confirmar oficialmente que a venda do Novo Banco entrou na sua quarta fase, e que esta compreende “um período de negociação com o potencial comprador” escolhido pelo regulador.

O processo negocial está agora em fase avançada com o grupo chinês Angbang, mas, segundo assegura o Banco de Portugal, “as propostas vinculativas entregues pelos dois outros potenciais compradores permanecem integralmente válidas”. Ou seja, o regulador faz questão de sublinhar que a Apollo e a Fosun continuam a constituir alternativas.

A instituição liderada por Carlos Costa diz ainda que as actuais negociações com o grupo Angbang (embora não o identifique) vão decorrer “até ao final do presente mês de Agosto”, prevendo-se que haja uma decisão na semana que vem.

Conforme já escreveu o PÚBLICO, o Anbang apresentou o melhor envelope financeiro, mas colocou várias reservas ao negócio, o que levou o Banco de Portugal a destacar, no meio do processo negocial, que havia outras alternativas, nomeadamente a venda ao fundo norte-americano Apollo.

Até aqui, o Anbang tem exigido que o supervisor (que gere o Fundo de Resolução, entidade responsável pela capitalização de 4900 milhões de euros no Novo Banco) se responsabilize por um conjunto alargado de contingências que incluem também créditos de risco.

A possibilidade de a venda poder ser adiada é uma hipótese que continua em cima da mesa, mas o primeiro-ministro já veio preparar o terreno para o caso de a venda ocorrer, com perdas para o fundo de resolução. 

No dia 7 de Agosto, Pedro Passos Coelho disse esperar que a diferença entre o valor de venda do Novo Banco e o valor da capitalização seja a “menor possível”, para que o sistema financeiro português não tenha de suportar perdas “avultadas”. Ao mesmo tempo, desejou que o Banco de Portugal tenha a “preocupação de oferecer um quadro temporal suficientemente longo para que essas mesmas perdas não criem perturbação no sistema financeiro”.

 

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