Grupo Osi retira do mercado produtos da fábrica chinesa que vendia carne estragada

Escândalo da venda de carne fora de prazo à McDonald's, à Pizza Hut e à KFC foi revelado na semana passada.

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A fábrica da Husi Food em Xangai onde decorre uma investigação criminal Aly Song/Reuters

O grupo norte-americano OSI anunciou que vai retirar do mercado todos os produtos da sua subsidiária Husi em Xangai, fábrica que alegadamente misturava carne estragada com carne fresca, embalava-a com novos rótulos, e vendia-a para várias cadeias de fastfood.

Através de um comunicado difundido esta segunda-feira na imprensa chinesa, a OSI explica que “para voltar a ganhar a confiança dos clientes, e para cooperar com o avanço da investigação oficial”, o grupo decidiu retirar todos os produtos de carne que a fábrica da Husi em Xangai vendia a várias cadeias de restauração, incluindo a McDonald's, KFC ou Pizza Hut.

O fabricante alimentar com sede em Aurora (Illinois, Estados Unidos) também disse que está a realizar uma investigação interna sobre o sucedido na fábrica da Husi em Xangai, e que perante uma eventual “má conduta” tomará medidas legais contra os responsáveis. Segundo o comunicado, a OSI enviou uma equipa para assegurar a gestão do problema e colaborar com as autoridades de Xangai. 

A autoridade de segurança alimentar chinesa garantiu no sábado que a fábrica da Husi em Xangai tinha falsificado datas de validade de até 4.396 caixas de carne picada que expirava em Fevereiro, e que vendeu 3.030 dessas caixas. As autoridades chinesas prenderam cinco pessoas e encerraram a fábrica. O escândalo alimentar foi revelado pela televisão de Xangai, a Dragon TV.

Hong-Kong e Macau fornecidos por outras empresas
O caso afectou numerosas empresas de fastfood, como a McDonald's, KFC, Pizza Hut ou Starbucks, que começaram a retirar dos seus estabelecimentos produtos comprados à Husi na China. A McDonald's em Macau deixou de usar produtos da fábrica chinesa e está a ser fornecida por outras empresas da China e Tailândia.

Já a McDonald's em Hong Kong voltou, no domingo, a pedir desculpas pela alegada “falta de clareza” sobre o caso, que "levou à confusão e ansiedade do público e desapontou os clientes" escreve o jornal South China Morning Post esta segunda-feira. Numa breve declaração à imprensa, a directora de operações da McDonald’s em Hong Kong, Randy Lai Wai-sze, disse que a empresa “não tinha comunicado bem” e afirmou que não voltaria a ser fornecida pela fábrica da Husi em Xangai.

A declaração da McDonald’s ocorreu dois dias depois de a autoridade para a segurança alimentar em Hong Kong ter lançado uma investigação à cadeia de fastfood sobre a alegada venda consciente de carne potencialmente imprópria para consumo daquela fábrica durante quatro dias da semana passada. 

McDonald's sem hamburgueres
Entretanto, um operador da linha nacional da McDonald’s na China disse à AFP esta segunda-feira que os produtos de vaca ou de frango já não estavam à venda nos seus restaurantes na região de Xangai. “Cessámos a venda de todos os artigos feitos com a partir de produtos fornecidos pela Husi. Trata-se principalmente de vaca e frango”, explicou.

Num McDonald’s no centro de Pequim, os funcionários informavam os clientes de que só as sanduíches de peixe – conhecidas por Filet-o-Fish – lhes podiam ser vendidas. Em todas as caixas, podia ler-se um aviso em mandarim e inglês: “Pedimos desculpa por apenas podermos, de momento, fornecer um número limitado de opções do nosso menu.”

As autoridades chinesas confirmaram, na semana passada, que a Husi Food de Xangai tinha vendido carne fora de prazo. O escândalo teve um impacto além-fronteiras: a McDonald’s no Japão cessou todas as importações de frango da China, e os restaurantes da cadeia em Hong-Kong suspenderam as suas vendas de nuggets – croquetes de frango – e outros alimentos.

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