Um respaldo político ao Banco de Portugal

O Governo veio reconhecer nas Grandes Opções do Plano que a crise no BES irá ter um impacto negativo no crédito, no investimento e, logo, no crescimento da economia. Mas o caso BES, além de estragos económicos, poderá ter repercussões políticas. Este fim-de-semana, na rentrée do CDS-PP, Paulo Portas fez alguns reparos indirectos ao papel do Banco de Portugal, dizendo que o partido luta “há muitos anos” por uma supervisão eficiente. Já Passos Coelho foi mais claro, mas apontou num sentido diametralmente oposto. Teceu rasgados elogios ao governador do Banco de Portugal pelo seu papel no caso BES, acrescentando que o supervisor “teve 100% de apoio do Governo”. Com estas palavras o primeiro-ministro dá um respaldo político às decisões que têm sido tomadas por Carlos Costa. Mas também se coloca numa posição em que se alguma coisa correr mal será chamado a responder politicamente.
 

  

Sugerir correcção
Comentar