Um governo-relâmpago e radical

Quando o Syriza ganhou as eleições, muitos vaticinaram que Alexis Tsipras iria formar uma coligação com um partido mais moderado para evitar ficar refém da ala mais radical do seu partido. Surpreendeu (ou não) ao escolher como parceiro de coligação um partido radical de direita cujo único ponto que o une ao Syriza é a firme oposição à troika. E quando se pensava que iria aproveitar a composição do governo para moderar as suas escolhas políticas, eis que Tsipras escolhe para as áreas-chave economistas com visões bastante radicais em relação à troika e às reformas. Aliás, a primeira medida do novo Governo foi reverter o processo de venda do histórico porto de Pireu. Mas Tsipras sabe que corre contra o tempo; a Bolsa de Atenas voltou a afundar e os juros já estão nos 14%. E ninguém sabe ao certo os depósitos que estão a sair da Grécia. Depois de uma coligação e de um governo-relâmpago, Tsipras precisa fazer uma viagem-relâmpago a Bruxelas. Não chega dizer que se vai rasgar a austeridade; é preciso dizer como.

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