UGT decide hoje se participa na greve geral de 27 de Junho

CGTP anunciou data na semana passada. O protesto junta sector público e privado.

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Carlos Silva quer apurar responsabilidades Daniel rocha

O Secretariado Nacional e o Conselho Geral da UGT reúnem-se nesta segunda-feira para decidir se a central participa na greve geral de 27 de Junho, juntamente com a CGTP e os sindicatos independentes.

Embora a formalização da decisão dependa destes dois órgãos, há várias semanas que as duas centrais sindicais tentam a convergência. Segundo fontes da UGT, citadas pela Lusa “tudo se encaminha no sentido da participação na greve geral”.

O secretário-geral da UGT, Carlos Silva, já tinha admitido a possibilidade de haver em Junho uma “jornada de luta conjunta”, tendo em conta a “situação que o país atravessa”. Na semana passada Carlos Silva e o líder da CGTP, Arménio Carlos, estiveram juntos no arranque da greve do Metro de Lisboa, dando visibilidade a uma convergência no terreno.

A CGTP anunciou na sexta-feira uma greve geral para dia 27 de Junho contra as políticas de austeridade do Governo e por eleições antecipadas.

“Esta é uma greve geral de todos e para todas e também para mudar de política, para mudar de Governo e para promover eleições antecipadas”, declarou o líder da CGTP. Arménio Carlos acrescentou: “Se é verdade que o Presidente da República quer salvar o Governo, nós queremos, com esta luta, salvar o país".

Também para esta segunda-feira, uma frente de sindicatos da função pública, liderada pelo Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE) da UGT, marcou uma conferência de imprensa para anunciar a adesão à greve geral. A frente junta o Sindicato Nacional dos Professores Licenciados (SNPL), o Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos (STI), o Sindicato dos Enfermeiros (SE), o Sindicato dos Profissionais de Polícia (SPP) e o Sindicato Independente dos Profissionais de Enfermagem (SIPE).

Na passada sexta-feira, a Federação de Sindicatos da Administração Pública (FESAP), também da UGT, já tinha garantido que estavam reunidas as condições para na função pública se realizar uma greve conjunta.

Num comunicado, a FESAP convoca“uma greve da Administração Pública para o dia 27 de Junho, convergindo assim com todas as organizações sindicais no sentido da realização de uma greve geral”.

A primeira vez em que as duas centrais sindicais se juntaram numa greve geral foi a 28 de Março de 1988, em protesto contra o pacote laboral do então primeiro-ministro Aníbal Cavaco Silva. A 24 de Novembro de 2010, CGTP e UGT uniram esforços contra o terceiro pacote de ajustamento orçamental. A gota de água que levou as duas centrais a entender-se foi o corte de 3,5% a 10% nos salários dos trabalhadores do Estado. Um ano depois, a 24 de Novembro de 2011, CGTP e UGT voltaram a convergir para a terceira greve geral. A principal reivindicação foi a retirada da proposta do Governo que visava aumentar a jornada de trabalho em meia hora e que acabou por cair.
 
Notícia actualizada com informação sobre as duas últimas greves gerais.


 
 
 
 

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