UE abandona ameaça de penalizações a importações de telemóveis chineses

Investigação a ajudas estatais a empresas como a Huawei não irá ser concretizada

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Comissão Europeia reagiu a pedido de mudança feito por 8 países

A União Europeia e a China colocaram um ponto final na disputa que vinham mantendo no sector dos equipamentos de telecomunicações, com as autoridades europeias a retirarem a ameaça de impor tarifas alfandegárias mais elevadas a bens provenientes da China, como telemóveis.

A comissão Europeia tinha vindo nos últimos meses a mostrar-se preocupada com a forma como marcas chinesas de equipamento de telecomunicações como a Huawei ou a ZTE estariam a beneficiar de ajudas estatais para conquistar o mercado europeu. Em particular, a Huawei conseguiu passar de uma quota de mercado na Europa de 2,5% em 2006 para 25% actualmente, algo que um relatório publicado pela Comissão Europeia afirma apenas ser possível com ajudas estatais que violem as regras comerciais definidas internacionalmente, algo que as empresas chinesas negam.

Agora, após vários meses de discussões, a posição europeia mudou. “A UE e a China resolveram o caso das telecomunicações”, afirmou esta segunda-feira o comissário europeu do Comércio, através de um comunicado citado pela agência Reuters. Karel De Gucht garantiu ainda que a Europa não irá continuar a sua investigação ao sector de equipamentos de telecomunicações chineses.

A decisão europeia acontece na sequência de garantias das autoridades chinesas de que iriam rever os processos de ajuda do Estado às empresas, colocando-as a um nível que não viole as regras internacionais. Na Europa, apesar de fabricantes como a Ericsson, a Nokia Siemens ou a Alcatel-Lucent, sofrerem o impacto da entrada em força dos concorrentes chineses, vários outros sectores de actividade e os consumidores beneficiam com os baixos preços praticados nos seus equipamentos.

Nos EUA e na Austrália, a entrada no mercado de equipamento produzidos por empresas chinesas está limitado por motivos de segurança.

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