Turismo residencial pode contribuir para exportações portuguesas, diz associação

Ministro da Economia está em Londres para promover turismo residencial, mas também para tentar captar investimento no país.

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Álvaro Santos Pereira, hoje na OCDE, foi ministro da Economia do actual Governo entre 2011 e 2013 enric vives-rubio

O turismo residencial pode tornar-se num dos principais sectores de exportação, se duplicar o número de casas vendidas a estrangeiros, acredita Diogo Gaspar Ferreira, presidente da Associação Portuguesa de Resorts (APR).

Segundo este responsável, na última década venderam-se no Sul da Europa, em média, 100 mil casas por ano, das quais cinco mil em Portugal, afirmou durante uma acção de promoção, nesta segunda-feira, na Embaixada de Portugal em Londres, onde participaram o ministro da Economia e do Emprego, Álvaro Santos Pereira, e o secretário de Estado do Turismo, Adolfo Mesquita Nunes.

Diogo Gaspar Ferreira calculou que, se for considerado "um preço médio de 200 mil euros/casa, significa que o mercado das segundas residências representa para Portugal mil milhões de euros em exportações".

Este sector pode tornar-se num "dos principais sectores de exportação", se Portugal aumentar a quota de mercado nesta área. "Se conseguirmos aumentar de cinco por cento para dez por cento, podemos duplicar de mil milhões [de euros] para dois mil milhões [de euros]", garantiu.

O ministro da Economia lembrou que o sector do turismo já representa nove por cento do Produto Interno Bruto (PIB), oito por cento dos empregos portugueses e representou receitas no valor de 8,6 mil milhões de euros em 2012. Porém, admitiu:" Ainda estamos longe de explorar todas as potencialidades".

O evento marcou o início de uma visita de dois dias de Álvaro Santos Pereira a Londres, reflectindo a aposta do Governo na venda de casas a estrangeiros que queiram ter em Portugal uma segunda residência. Recentemente, foi apresentado um novo regime fiscal e é prometido um visto que dá autorização de residência aos estrangeiros que comprem casas a partir de 500 mil euros. Isto, lembrou, Frederico Costa, presidente do Turismo de Portugal, para além de mais de 220 dias de sol por ano e bons preços num "país simpático e seguro".

A campanha inclui ainda apresentações em vários países e uma página de internet (www.livinginportugal.com) onde está centralizada informação sobre questões administrativas e fiscais, sistema educação e de saúde, transportes e segurança. A página está disponível em seis línguas (inglês, árabe, francês, alemão e russo) e está em curso a tradução para chinês, adiantou o mesmo responsável, que concluiu: "Temos 10 mil casas para vender e esperamos que este programa contribua para vender casas".

Uma nova acção com a presença de operadores deste sector está marcada para 13 a 16 de Junho, em Londres

Ministro diz que Portugal é "um país amigo do investimento"

Nesta visita a Londres, o ministro defendeu ainda a necessidade de convencer os investidores internacionais do sucesso das reformas económicas que fazem de Portugal um "país amigo do investimento". "Estamos aqui não só para falar do turismo residencial, mas também [sobre] a aposta no sector industrial, sector das TIC [Tecnologias de Informação e Comunicação], do aproveitamento dos nossos recursos naturais, ao nível do sector mineiro e dos hidrocarbonetos", afirmou, no início da visita a Londres.

Apesar do empenho na área do turismo residencial, considerada estratégica, o ministro vincou ter uma missão mais ampla nesta visita, reflectida nas várias entrevistas que deu a televisões britânicas e norte-americanas logo de manhã e na agenda da visita, que inclui encontros com membros do Governo britânico e com investidores estrangeiros. O objectivo é explicar que "tanto no programa de privatizações como no programa de concessões que vai ser lançado, quer ao nível de oportunidades para investir, Portugal é um bom país para investir, faz sentido investir em Portugal, e é por isso mesmo que Portugal quer tornar-se um país amigo do investimento e que está a fazer tudo para que tal aconteça ao nível das reformas económicas".

No dia em que começa a sétima missão avaliação da troika ao programa de ajustamento, Álvaro Santos Pereira prometeu continuar o esforço na concertação com os parceiros sociais, pois, admitiu, "a paz social, o consenso social e o diálogo social são fundamentais para continuarmos o programa de reformas e conseguirmos voltar a crescer". Mas, continuou, "a aposta passa não só pela paz social, como também pelo investimento e pelo emprego" e pela criação de condições para voltar a crescer, nomeadamente atrair investidores internacionais. "Sem investimento, obviamente nenhum programa de ajustamento pode ser bem-sucedido. Portanto, a aposta é crescimento, investimento e emprego", concluiu.
 
 

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