Turismo mundial cresceu 4,7%

Europa é o principal destino dos visitantes internacionais.

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Turistas frente à catedral de Notre Dame, em Paris KENZO TRIBOUILLARD/AFP

O mundo está a viajar mais. O número de turistas que pernoitaram num país estrangeiro subiu 4,7% no ano passado, atingindo 1138 milhões de pessoas. No continente americano e na região da Ásia e Pacífico estão os destinos que mais cresceram.

A subida registada em 2014 pela Organização Mundial do Turismo (OMT), uma agência das Nações Unidas, é a quinta consecutiva, depois de o sector ter sofrido em 2009 um abalo provocado pela crise financeira que começou um ano antes. Ainda não há dados de receitas para o ano passado, mas em 2013 o volume de negócio do turismo internacional já tinha superado os valores de 2008, ano após o qual se deu a quebra.

“Nos últimos anos, o turismo provou ser uma actividade económica surpreendentemente forte e resistente, e um contributo fundamental para a recuperação económica, ao gerar milhares de milhões de dólares em exportações e ao criar milhões de empregos”, afirmou o secretário-geral da OMT, Taleb Rifai, no Fórum Global de Turismo, em Madrid, de acordo com um comunicado da organização. “Isto é verdade para todos os destinos no mundo, mas particularmente para a Europa, uma região que luta para consolidar a saída de um dos piores períodos económicos da sua história”, acrescentou.

A Europa foi o continente mais visitado por turistas internacionais, com praticamente metade do fluxo de visitantes, e registou um crescimento de 4% no número de chegadas com pernoita face a 2013. A maior subida, porém, aconteceu no continente americano (mais 7%) e na região da Ásia e Pacífico (mais 5%). Dentro da Europa, foram os países do sul e do norte que tiveram um maior acréscimo de procura por parte de turistas internacionais (nas estatísticas da OMT, o mesmo turista será contabilizado mais do que uma vez caso visite mais do que um país).

Optimismo para 2015
O número de visitantes estrangeiros deverá continuar a subir este ano, embora a um ritmo inferior: a OMT estima um crescimento global entre os 3% e os 4%. A América e a região da Ásia e Pacífico deverão continuar como os destinos com maior crescimento, ao passo que a Europa continuará a ser líder no número de visitantes.

“Esperamos que a procura continue a aumentar em 2015, à medida que a situação económica global melhora, embora ainda haja muitos desafios pela frente”, afirmou Rifai, apontando que a queda do preço do petróleo actuará como uma espada de dois gumes. Por um lado, vai baixar os custos dos transportes. Por outro, poderá afectar o poder de compra dos países exportadores, “que têm surgido como fortes mercados de origem de turismo”.

Nos anos recentes, o turismo internacional tem sido impulsionado por viajantes de mercados emergentes, mas, em 2014, verificou-se uma retoma dos mercados tradicionais, que compensou algum abrandamento por parte dos grandes emergentes.

As estimativas da OMT indicam que o número de partidas da China, o país que desde 2012 mais turistas envia para o estrangeiro, cresceu 11%, para 109 milhões, ao passo que o montante desembolsado subiu 17% nos três primeiros meses do ano passado – um aumento significativo, mas menor do que nos anos anteriores (tinha disparado 40% no mesmo período de 2012 e crescido mais 26% em 2013).

Já o gasto de turistas da Rússia, outro dos grandes mercados emergentes, caiu 6%, a reflectir os percalços económicos que o país tem atravessado, provocados em parte pela guerra de embargos com os EUA e a Europa, bem como pela quebra do preço do petróleo. No Brasil, outro grande emergente, registou-se um crescimento ténue, de 2%. Os gastos de turistas com origem nos EUA, o segundo maior mercado emissor, cresceram 6%. 

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