Tribunal aprova pedido de recuperação da Oi

Operadora brasileira, que tem créditos de 17 mil milhões de euros, tem agora de desenhar um plano que agrade aos credores.

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A Oi tem como maior accionista a portuguesa Pharol Rui Gaudêncio

A justiça brasileira aprovou o pedido de recuperação judicial que a Oi apresentou na segunda-feira à noite, com carácter de urgência, depois de as negociações com os credores para reestruturação da dívida terem caído num impasse.

O tribunal do Rio de Janeiro determinou a “suspensão de todas as acções e execuções” contra a Oi pelo prazo de 180 dias, de modo a que a aprovação e entrada em vigor do processo de recuperação não seja afectada, adiantou a empresa de telecomunicações brasileira

A administração da Oi tem agora dois meses para definir um plano que convença os credores. A empresa tem créditos a proteger num montante global de 17 mil milhões de euros.

Enquanto no Brasil começam a surgir rumores de que haverá investidores interessados em entrar na empresa depois deste processo de saneamento financeiro - como o milionário egípcio Naguib Sawiris - por cá, as acções da Pharol retomaram a negociação em bolsa, depois da suspensão imposta pelo supervisor do mercado de capitais na terça-feira.

O mesmo não aconteceu com a emissão obrigacionista da antiga PT, que tinha data de vencimento já no próximo mês, no dia 26. O comunicado da CMVM nada refere sobre estes títulos, cujos subscritores estão agora abrangidos por qualquer plano de pagamentos que a Oi venha a implementar. Em causa está um reembolso na ordem dos 230 milhões de euros.

Quanto aos títulos da Pharol (que tem como único activo uma posição de cerca de 27% na Oi), mantinham-se em queda de 25% perto do fecho da sessão na Euronext Lisboa, a valer 9,5 cêntimos, depois de terem retomado a negociação a perder 40%, para 7,5 cêntimos.

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