Trabalhadores do refinador Petroplus pressionam para ser desbloqueada linha de crédito

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Grupo anunciou em Outubro que quer pôr fim a uma parte da produção da refinaria de Petit Couronne Foto: Denis Balibouse/Reuters

Depois de o grupo suíço Petroplus, o maior refinador petrolífero independente da Europa, ver congelada uma linha de crédito no valor de 770 milhões de euros, os trabalhadores de uma refinaria do grupo em França pedem a intervenção do Governo para os bancos desbloquearem o financiamento. Como forma de pressão, querem impedir as entregas de produtos petrolíferos refinados até ser encontrada uma solução.

Ao todo, três dos 11 bancos que congelaram a linha de crédito são franceses. Para a empresa, o financiamento é “indispensável” ao funcionamento da Petroplus, que tem cinco refinarias na Europa, o mesmo entendimento que têm os trabalhadores da refinaria francesa de Petit Couronne (no Norte, perto do canal da Mancha).

Temem o encerramento da unidade nos primeiros dias de 2012, ficando a empresa impedida, como alegam, de comprar petróleo para continuar a sua produção. A Petroplus, que não explicou a razão do cancelamento desta linha, já dissera que a medida põe em risco a sua actividade.

Hoje, numa assembleia-geral do sindicato CGT, o seu coordenador, Jean-Luc Brouté, declarou que “o Governo deve abrir os cofres dos bancos, pois não se cansa de repetir que é preciso que estes apoiem a indústria”.

A agravar o problema de tesouraria da empresa está, ao mesmo tempo, um problema de fundo, dizem. Nas contas dos trabalhadores, das 90 milhões de toneladas de produtos petrolíferos refinados que são consumidos em França, por ano, cerca de 40 milhões são importadas.

Os trabalhadores pedem, por isso, que a União Europeia tome medidas contra as importações de baixo custo a países emergentes, sugerindo que os produtos sejam taxados a favor de uma concorrência leal.

Na assembleia, estiveram presentes uns 200 trabalhadores, que votaram favoravelmente uma moção para ser bloqueada a entrega de produtos refinados enquanto não virem a situação resolvida.

A Petroplus tinha anunciado, em Outubro, uma “reconfiguração” da refinaria de Petit Couronne, com vista ao fim de uma parte da produção, o que põe em risco entre 120 dos 550 postos de trabalho da unidade.

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