Trabalhadores da Zara e Bershka protestam por causa de cartões de refeição e música das lojas

Sindicato acusa Inditex de ter imposto os cartões unilateralmente aos funcionários.

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O grupo é dono de várias marcas, entre as quais a Zara Andrea Comas/Reuters

Trabalhadores do grupo Inditex – dono de marcas como a Zara, Pull and Bear, Bershka e Massimo Duti – fizeram um protesto simbólico junto da empresa, que acusam de estar a obrigar os funcionários a receber o subsídio de alimentação num cartão electrónico e não com o pagamento do salário.

O sindicato que representa os trabalhadores entregou nesta terça-feira um cartão de refeição gigante aos representantes da empresa em Portugal. O sindicalista António Santos diz que estes cartões, que se destinam a ser usados em restaurantes, cafés e supermercados aderentes, estão a ser impostos aos trabalhadores, quando muitos preferiam receber em dinheiro.

“Muitos trabalhadores, sendo jovens, trazem comida nas lancheiras”, diz António Santos, do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal. “Isto preocupa-nos porque as pessoas precisam do dinheiro para outras coisas”, nota o sindicalista. 

Estes cartões podem substituir o subsídio de refeição e trazem vantagens fiscais para o trabalhador e para as empresas. Têm vindo a ser usados desde que o Governo agravou, em 2012, as contribuições fiscais sobre o subsídio de refeição pago em dinheiro.

Contactada pelo PÚBLICO, a Inditex disse não querer fazer qualquer comentário.

António Santos diz que a empresa não tem respondido às várias interpelações do sindicato, que está também preocupado com os “horários de trabalho que são consecutivamente violados” e com o volume da música em algumas lojas. “Entra-se na Bershka e percebe-se que parece uma discoteca”, acusa o sindicalista, argumentando que isto causa problemas de falta de concentração, fadiga e irritação dos funcionários.

 

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