Telecom Italia estuda OPA sobre a Oi

Oi pode ser “alvo” no processo de consolidação do mercado brasileiro de telecomunicações

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A operação seria realizada através da operadora móvel TIM que, por seu lado, tem sido apontada como potencial alvo de aquisição da Oi Rui Gaudêncio

A Telecom Italia está avaliar uma oferta pública de aquisição (OPA) sobre a Oi, noticiou a Bloomberg nesta terça-feira. Sem avançar grandes detalhes, a agência noticiosa cita informações recolhidas junto de três pessoas conhecedoras deste processo.

A operação seria realizada através da operadora móvel TIM que, ironicamente, tem sido apontada como potencial alvo de aquisição da Oi. Em Agosto, a empresa liderada por Zeinal Bava anunciou ter contratado o Banco BTG Pactual para assessorar a compra de uma posição na TIM (que tem um valor de mercado de cerca de 14.000 milhões de dólares e é detida em 67% pela Telecom Itália).

A 11 de Setembro, a Oi emitiu mesmo um comunicado em que confirmava que, apesar de não estar envolvida "em quaisquer negociações formais" a respeito da compra da TIM, tinha contratado o BTG Pactual para "desenvolver alternativas com o objectivo de viabilizar uma proposta para aquisição da participação da Telecom Italia na TIM".

Quem comprará quem não se sabe, mas a razão apontada para qualquer uma destas operações é sempre a mesma: travar o crescimento da espanhola Telefónica no maior mercado de telecomunicações da América Latina.

Segundo a Bloomberg, a Telecom Itália (participada pela Telefónica) terá já questionado juntos dos seus assessores a viabilidade de a operação ser realizada através da TIM, mas não foi ainda realizado qualquer contacto entre as empresas.

As acções da PT fecharam a sessão desta terça-feira com uma subida de 6,08%, para 1,78 euros, depois de um pico em que valorizaram 8,46%. As acções da Oi subiam esta tarde mais de 10%. As acções da Telecom Itália caíram 2,01%.

A agência destaca ainda que a Oi, cuja conclusão do processo de fusão com a PT está apenas à espera de autorizações regulatórias, é a quarta maior operadora de comunicações brasileira, com um valor de mercado de 13.500 milhões de reais (cerca de 4500 milhões de euros) e que qualquer potencial comprador teria também de assegurar a dívida da empresa, que superava os 30.000 milhões de reais (perto de 9900 milhões de euros) no final do primeiro trimestre.

Com a compra da Oi, a TIM juntaria à oferta de comunicações móveis as comunicações fixas necessárias para disputar com a Telefónica o mercado de serviços convergentes (os chamados “pacotões”). Um reforço que faria ainda mais sentido depois de ter sido derrotada pela Telefónica na batalha pela operadora de cabo GVT.

“Sempre deixámos claro que a flexibilidade financeira é um dos nossos pontos fortes”, disse o CEO daTIM, Rodrigo Abreu, na semana passada, quando questionado sobre a possibilidade de a empresa aumentar o endividamento para financiar operações de crescimento. “Somos uma companhia com um baixo nível de endividamento e podemos fazer o movimento quando as oportunidades surgem. Tem sido assim em anteriores aquisições”, disse o responsável, citado pela BloombergCom João Pedro Pereira

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