Taxa de desemprego atinge novo máximo de 17,8%

Nas contas do Eurostat, o número oficial de desempregados em Portugal subiu em Abril para 945 mil.

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Na zona euro, há perto de 19,4 milhões de desempregados Enric Vives-Rubio

Depois de estabilizar entre Fevereiro e Março, a taxa de desemprego voltou a subir em Abril. Segundo o Eurostat, o gabinete estatístico europeu, havia nessa altura em Portugal 945 mil pessoas sem emprego, o equivalente a 17,8% da população activa. A taxa é a mais elevada de que há registo e, reconhece o próprio Governo, vai continuar a aumentar. Entre a população jovem, até aos 25 anos, o nível de desemprego chega aos 42,5%.

Em Abril, havia mais 108 mil pessoas desempregadas do que um ano antes (das 945 mil, 172 tinham menos de 25 anos). O desemprego masculino subiu uma décima face a Março, passando para 18,1%, enquanto entre a população feminina se situou em 17,6% (17,3% em Março).

O ritmo de destruição de postos de trabalho coloca o nível de desemprego num novo máximo histórico, confirmando Portugal como o país com a terceira taxa mais alta entre os 27 países da União Europeia, a seguir à Grécia (27% em Fevereiro) e a Espanha (26,8%).

Os dados com os quais o Eurostat trabalha para calcular, todos os meses, a taxa de desemprego em Portugal baseiam-se em informações do Instituto nacional de Estatística (INE) e do Instituto de Emprego e Formação Profissional, sendo depois tratados com uma metodologia que os harmoniza com o dos restantes países da UE.

As estatísticas agora divulgadas não coincidem, por isso, com os números do INE, que, apenas divulgando estatísticas trimestrais, apontava já para a existência de 952.200 desempregados em Portugal (no final de Março). Um número onde não estão incluídos os desempregados que passaram a inactivos porque desistiram de procurar emprego.

Desemprego na zona euro nos 12,2%
Segundo o Eurostat, o desemprego aumentou de 17,7% em Março para 17,8% no mês seguinte, num movimento idêntico ao do conjunto dos países da zona euro.

O Governo português e a troika prevêem que a taxa média de desemprego para o conjunto do ano se situe em 18,2% (a mesma projecção feita pela OCDE), mas admite que o número de desempregados se aproxime de 19% na recta final do ano.

No espaço da moeda única, a taxa também subiu uma décima, passando para 12,2% da população activa. Ao todo, há quase 19,4 milhões de desempregados, dos quais 3,6 milhões entram nas estatísticas do desemprego jovem.

Nesta faixa etária, há 24,4% que não encontram lugar no mercado de trabalho. Grécia, Espanha e Portugal são os países onde há a maior percentagem de população jovem desempregada. Os dados mais recentes do mercado de trabalho helénico, de Janeiro, apontam para uma taxa de desemprego jovem de 62,5%. Em Espanha, a taxa subiu em Abril para 56,4%, seguindo-se, depois de Portugal, Itália (com uma taxa de 40,5%) e a Eslováquia (33,6%).
 

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