Taxa de desemprego baixa para níveis de Março

Desemprego oficial recuou para 17,6% em Maio. Há mais de 930 mil pessoas que não encontram lugar no mercado de trabalho.

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Evoluçção do desemprego ajuda a explicar maior confiança dos consumidores. Paulo Pimenta

A taxa de desemprego em Portugal caiu duas décimas em Maio, baixando para 17,6% da população activa, um valor historicamente elevado que coloca a taxa calculada pelo Eurostat em níveis idênticos aos de Fevereiro e Março.

Apesar deste recuo, havia em Maio 932 mil desempregados nas contas do gabinete estatístico europeu, mais 89 mil pessoas do que um ano antes, segundo os dados divulgados nesta segunda-feira pelo Eurostat. Entre os homens, há 17,8% de desempregados, ligeiramente mais do que entre a população feminina, onde a taxa se situava em 17,4%.O Eurostat apresenta as previsões mensais para o desemprego, coligindo as últimas estatísticas do Instituto Nacional de Estatística (que publica dados trimestrais) e a evolução do desemprego registada pelo  Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP).

De Abril para Maio, o número de desempregados baixou em nove mil. Reflectindo já os efeitos do emprego sazonal, Maio tem sido um mês em que o número de inscritos nos centros de emprego, contabilizado por este último instituto, desce em relação ao mês anterior, o que voltou a acontecer este ano, com um recuo para 703 mil pessoas (menos 25 mil do que em Abril). Os valores de Maio do Eurostat poderão reflectir em parte esta tendência mensal, mas será preciso esperar pela divulgação dos valores trimestrais do INE – que contabilizam já o mês de Junho – para fazer uma leitura mais completa dos dados.

Já na zona euro, o desemprego avançou de 12% da população activa em Abril para 12,1% em Maio, mantendo-se inalterado na União Europeia (quer na Europa a 27, onde a taxa se manteve nos 10,9%, quer na UE a 28, com a estreia da Croácia nas estatísticas do Eurostat a puxar a taxa para os 11% tanto em Abril como em Maio).

Com uma diferença de uma décima em relação à Grécia, cujos dados mais recentes se referem a Março, Espanha tem a taxa mais elevada da União Europeia (26,9%). Portugal tem a terceira taxa mais alta, seguindo-se a Croácia, onde o desemprego oficial atinge 16,5% da população activa. Chipre, com 16,3% e que tinha até aqui a quarta maior taxa, registou um agravamento no número de desempregados, ma foi ultrapassada nas estatísticas com a entrada de um novo membro na UE.

5,6 milhões de jovens sem emprego
Na UE a 28, há 26,6 milhões de desempregados; 19,2 milhões são residentes na zona euro. Perto de 5,6 milhões têm menos de 25 anos, sendo quase dois terços de países da moeda única. Na UE, a taxa de desemprego jovem é de 23,2%, enquanto na zona euro a chega já aos 23,8%.

Em Portugal, segundo as estatísticas oficiais, havia em Maio 171 mil jovens que não encontravam lugar no mercado de trabalho, o equivalente a 42,1% da população nesta faixa etária. Tal como na taxa de desemprego total, houve um recuo em Maio de duas décimas em relação ao mês anterior.

Na Grécia, o desemprego atingia em Março 59,2% da população jovem, mais do que o valor registado em Espanha, que bateu em Maio um novo valor histórico, de 56,5%.
 

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