TAP recua na aplicação da sobretaxa para estudantes e residentes nas ilhas

Fernando Pinto diz que medida precisava de ser “ajustada” e adiantou ainda que a companhia vai manter as instalações após a venda do terreno.

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O presidente executivo garantiu que "nada vai mudar" para a companhia aérea depois da venda do terreno. Daniel Rocha

O presidente executivo da TAP, Fernando Pinto, disse esta sexta-feira que a TAP decidiu recuar na aplicação da sobretaxa nos voos de estudantes e residentes das ilhas, após várias reclamações.

"Tal como todas as novas medidas [esta decisão da sobretaxa], precisa de ser ajustada. Foi feita muito em cima da hora. Os agentes de viagens vendem para nós cerca de 70% e foram apanhados meio desprevenidos. Tem ajustes a fazer", admitiu Fernando Pinto, em Albufeira.

Ajustes que já começaram a ser feitos. "No caso das ilhas recebemos reclamações fortes, é um mercado muito especial. Para os residentes nas ilhas e para os estudantes, nós já fomos sensíveis e levantámos isso. É uma decisão de hoje", avançou o responsável, à margem do Congresso da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), que decorre em Albufeira até domingo.

O presidente executivo da TAP já tinha explicado antes que a sobretaxa que a companhia vai aplicar no Natal e Ano Novo serve para "proteger o passageiro" que quer voar e não tem lugar porque outro retém uma reserva.

"Esta sobretaxa é pontual, é aplicada em algumas datas mais críticas [de procura elevada] e em determinados voos. (…) Mas o grande objectivo foi proteger os passageiros. Nós damos um prazo [quando se faz uma reserva] e o passageiro não confirma a reserva nesse prazo, então se ainda quer viajar tem que pagar a sobretaxa. No passado, nós deixávamos simplesmente cair a reserva", disse Fernando Pinto, explicando ainda que "quem não confirma está a impedir que outro passageiro que ‘está louco' para viajar no Natal o possa fazer".

Na quinta-feira, o presidente da APAVT disse que ia pedir mais esclarecimentos à TAP sobre a sobretaxa que a transportadora pretende então aplicar em datas específicas no Natal e Ano Novo.

Companhia mantém instalações após venda do terreno

O presidente executivo garantiu que "nada vai mudar" para a companhia aérea, que se vai manter nas instalações, depois da venda com aluguer do seu terreno.

"A venda do terreno [do chamado reduto TAP] é o que estava previsto ser feito há dois anos atrás, que não é uma venda. É um sale and leaseback, uma operação financeira. É o que nós fazemos com os aviões. Quando se voa não se sabe se é um avião da TAP ou não. Muitas vezes é um avião que tivemos, que o colocámos como garantia numa operação financeira que é chamada de venda com aluguer", explicou Fernando Pinto aos jornalistas, no Algarve.

O responsável da TAP adiantou que esta era uma operação que a empresa estava a tentar fazer desde há dois anos. "No ano passado, após a privatização da ANA, tentámos novamente fazê-la com a ANA, mas, por causa do processo de privatização, eles não quiseram. Havia muita indecisão, muita indefinição", acrescentou.

No entanto, agora que a operação é possível, "não muda nada para a TAP", pois "continua nos seus terrenos, nas suas instalações, com a sua manutenção. Apenas vai encaixar um determinado valor", sublinhou, sem quantificar o montante.

A 24 de Novembro passado, o Jornal de Notícias noticiou que a transportadora tinha colocado à venda os terrenos do chamado “reduto TAP”, que envolvem a sede, escritórios e oficinas da companhia junto ao aeroporto da Portela.

"Após a conclusão da privatização do grupo TAP, os novos accionistas - David Neeleman e Humberto Pedrosa - arrancam, agora, com medidas de reestruturação da empresa, por forma a reduzir o passivo e racionalizar os activos do grupo. Para já, está em marcha a venda dos terrenos que a TAP detém junto ao aeroporto. Ao que o JN/Dinheiro Vivo apurou, os contactos para a alienação destes terrenos já começaram", noticiava o jornal.

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