Greve dos tripulantes cancela 145 voos da TAP

Companhia enfrenta nova paralisação já neste sábado.

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Muitos dos cancelamentos dizem respeito a voos com destino a cidades europeias Pedro Nunes
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A greve que os tripulantes da TAP iniciaram nesta quinta-feira vai levar ao cancelamento de 145 voos até ao final do dia. Das 175 ligações que a companhia conseguiu efectuar, 84 foram operadas pela PGA, a transportadora aérea regional que não estava abrangida por esta paralisação.

De acordo com fonte oficial da empresa, foram realizados apenas 77 voos durante a manhã, quando estavam previstos cerca de 150. E, até ao final do dia, a TAP espera efectuar 175 ligações, quando havia 320 programadas. Ou seja, será obrigada a cancelar 145 voos por causa da greve desta quinta-feira.

Das 175 ligações a realizar até ao final do dia, 84 são operadas pela PGA, a companhia de aviação regional detida pela TAP e que não estava abrangida pelo pré-aviso de greve. Ou seja, contabilizando apenas os voos da TAP, mais de 61% da operação será afectada pela paralisação dos tripulantes.

Além dos voos assegurados pela PGA, outras ligações foram garantidas pelos serviços mínimos definidos pelo tribunal arbitral, por se tratarem de ligações de regresso de aeroportos internacionais (que não são afectadas pelas paralisações) ou pelo facto de os trabalhadores terem comparecido ao serviço.

A transportadora aérea explicou que “grande parte dos voos cancelados já não tinha passageiros”, uma vez que muitos foram obrigados a reprogramar a viagem. Recorde-se que havia 25 mil pessoas com reservas feitas para esta quinta-feira e que 14.500 tiveram de alterá-las.

Apesar desta reprogramação, da definição de serviços mínimos e dos voos assegurados pela PGA, ainda havia quatro mil passageiros sem viagens asseguradas. A impossibilidade de alterar estas viagens deveu-se, em grande parte, ao facto de as terem marcado através de agências e não da TAP.

A companhia explicou, no entanto, "que foi possível resolver muitas destas situações" nesta quinta-feira, tendo os clientes sido encaminhados para outros voos. Fonte oficial da transportadora aérea assegurou ainda que “estão a ser resolvidas ao longo do dia” as situações dos passageiros cujas reservas não foram alteradas e que ficaram mais expostos a esta paralisação. 

Sindicato exige cumprimento do AE
A paralisação, que vai repetir-se no sábado (dia em que havia 30 mil reservas efectuadas) e ainda a 30 de Novembro e 2 de Dezembro, foi marcada para exigir que a companhia cumpra o acordo de empresa e a reposição das anuidades, vedada desde que o Orçamento do Estado passou a proibir valorizações salariais.

O sindicato alega que a administração da TAP, liderada por Fernando Pinto, não respondeu aos apelos de diálogo. E o secretário de Estado Sérgio Monteiro também não conseguiu demover o sindicato dos tripulantes de avançar com os protestos, numa reunião que decorreu na quarta-feira.

Depois de um Verão atribulado, com sucessivos problemas técnicos e cancelamentos, a companhia enfrenta a segunda vaga de greves em apenas três meses — os pilotos também pararam a 9 de Agosto. Desta vez, os protestos dos tripulantes, que já não aconteciam desde finais do ano 2000, estão marcados para quatro dias.

O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) emitiu nesta quinta-feira um comunicado em que refere que a adesão à greve no Porto é de 90%, não tendo ainda divulgado mais dados de âmbito nacional.

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